Para não aumentar ainda mais os prejuízos, a PROTESTE Associação de Consumidores orienta os pequenos investidores de ações da Petrobrás a não mexer na carteira, por ora. O ideal é esperar um pouco mais para ver se no curto ou médio prazo o pessimismo se dissipe e as cotações voltem a subir um pouco.
As ações da Petrobrás chegaram a ser cotadas a menos de R$ 10 na última quinta-feira (11). Cenário inimaginável há seis anos, quando as perspectivas com a descoberta do pré-sal eram boas, e as ações eram negociadas a mais de R$ 50. Muitos trabalhadores sacaram os recursos do Fundo de Garantia (FGTS) na época para investir em ações da empresa. De qualquer forma, na comparação com o rendimento do FGTS, constata-se que o trabalhador que comprou as ações ainda saiu lucrando. Desde 2000, as ações valorizaram 134,24%, enquanto o rendimento do FGTS ficou em 93,61%.
Não animou o mercado nem mesmo a informação de que a empresa pode captar até R$ 9 bilhões no mercado por meio de títulos lastreados em dívida da Eletrobrás com a petrolífera, que seriam garantidos pelo Tesouro. A medida heterodoxa seria uma solução para contornar as dificuldades de captação que a empresa enfrentará em meio a um escândalo de corrupção que adiou até a divulgação do seu balanço financeiro para o terceiro trimestre do ano.
A queda do preço do petróleo no mercado internacional tem uma contribuição importante para os atuais números, mas fatores como o excesso de intervenção do governo controlando o preço do combustível e principalmente a corrupção foram os que mais ditaram o tom das desvalorizações sucessivas dos papéis da companhia.
Também agravou a situação da empresa e da cotação dos papéis, as ações coletivas abertas por investidores contra a Petrobrás na Justiça dos Estados Unidos, pedindo ressarcimento pelas perdas provocadas pelos casos de corrupção. Envolve investidores que compraram recibos de ações da Petrobrás (ADRs – American Depositary Receipts), negociados na Bolsa de Nova York entre 20 de maio de 2010 a 21 de novembro de 2014.
Os investidores brasileiros que quiserem recuperar perdas dos investimentos em ações da Petrobrás podem ingressar com ações coletivas no Brasil. Mas apenas o Ministério Público pode ajuizar ações coletivas nesse assunto.