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Arsênio no arroz: você deve se preocupar?

Especialistas em arroz e toxicologia esclarecem tudo sobre a presença do arsênio no arroz 

21 novembro 2017
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Recentemente esclarecemos aos consumidores que não é preciso lavar o arroz antes de cozinhar. Diante dessa afirmação, recebemos diversas mensagens de nossos associados sobre o assunto e o risco da ingestão de arsênio no arroz.

Para esclarecer todas as dúvidas, consultamos especialistas em arroz e toxicologia no Brasil.

Gilberto Wageck Amato, doutor em Tecnologia de Alimentos, assessor e pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), esclarece que a chave da questão sobre lavar ou não o arroz está no comportamento dos constituintes solúveis em água naturalmente presentes neste alimento.

“Estes constituintes são passíveis de perdas (lixiviação) durante a lavagem do arroz. Portanto, sob o ponto de vista das perdas nutricionais, no arroz polido é desaconselhável a lavagem e no parboilizado é completamente desnecessária. As condições de temperatura, o tempo e a umidade do processo de parboilização garantem a estabilidade enzimática e a controle microbiológico. No caso do arroz polido, o processamento, lavagem e cozimento promovem perdas cumulativas”, afirma. Entretanto, o pesquisador não descarta que o consumidor tenha cuidados escolhendo a marca de sua confiança e a inspecionando visualmente o produto antes do cozimento.

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Bruno Lemos Batista, doutor em Toxicologia e professor da Universidade Federal do ABC, esclarece ainda que apesar do arsênio ser encontrado no arroz porque ele está naturalmente no solo, podendo ser transferido aos grãos e de não haver um limite seguro de consumo, a população não deve se preocupar.

“No Brasil temos dados que comprovam valores dentro de um limite. Apesar de não termos limite seguro para arsênio, temos um limite para o alimento. Esse limite não pode ser zero, pois senão não teríamos arroz para nos alimentar, e a fome também mata... Assim, hoje, no mundo, pesquisas estão sendo realizadas para reduzir essa presença de Arsênio no grão. Meu grupo de pesquisa está trabalhando para isso".

No momento, Bruno conduz um grupo de pesquisa, com foco na redução de arsênio no arroz, apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo) e pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Nos últimos anos, estudos realizados pela Proteste, pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fiocruz) e pela USP (Universidade de São Paulo) com amostras de arroz produzido no Brasil concluíram que o arroz brasileiro é seguro para consumo.

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