Como a PROTESTE, Anvisa detecta pelos de roedor em ketchup
Demorou seis meses para Vigilância Sanitária atender pedido feito pela associação após testes, para retirada de lote contaminado do produto da marca Heinz.
Em fevereiro, a agência alegou, para não retirar do mercado o lote contaminado observado no estudo da PROTESTE, que as análises foram feitas por laboratório não oficial. O Instituto Adolfo Lutz de Santo André, foi responsável por novos testes.
A irregularidade foi detectada pela PROTESTE no lote 2C30 do produto por exame microscópico em amostras compradas em supermercado de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, no final de 2012. Havia sido pedida a retirada imediata do lote contaminado em função da gravidade dos fatos e do risco imediato à saúde do consumidor.
Os pelos encontrados no teste demonstram que o alimento é impróprio para consumo, com forte indício de que haja problemas graves de higiene, além da falta de cuidados mínimos para a fabricação ou acondicionamento do Ketchup Heinz.
Diante da violação ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), à Constituição Federal e à legislação sanitária vigente, a Proteste está solicitando, também, a imediata inspeção na Quero Alimentos, fornecedor importador e distribuidor do produto Heinz vendido no Brasil. Os fornecedores foram notificados dos resultados encontrados no laboratório.
O produto que apresentou problemas de contaminação é de origem mexicana, fabricado pela Delimex. Como é possível que a falha higiênica tenha ocorrido durante a fabricação ou envasamento dos produtos ainda em território mexicano, a PROTESTE informou os resultados das análises à Associação de Consumidores do México.
Em 2005, a entidade já havia avaliado l6 marcas de ketchup e identificado cinco produtos impróprios para consumo. Mas somente após cinco anos obteve na Justiça a liberação plena para divulgação do teste, censurado judicialmente na ocasião. Quando isso ocorreu, em 2010, os lotes dos produtos cujas análises indicaram presença de pelos de roedores, pedaços de penas de ave e ácaros nas embalagens já não estavam mais no mercado, pois o prazo de validade havia expirado.