A adega climatizada com sistema de refrigeração termoelétrico – dependente da temperatura ambiente – é inadequada ao clima brasileiro. Nossas temperaturas são bastante oscilantes e atingem, em boa parte do ano, mais que 25°C. Este é o limite indicado pelo fabricante para o bom desempenho do produto.
No entanto, as informações sobre o desempenho da adega e sua suscetibilidade à temperatura ambiente não são repassadas ao consumidor no momento da compra. Elas só estão presentes nos manuais de utilização. A omissão dessas informações no momento da oferta ilude e frustra o consumidor, pois só depois de usar vai perceber que o produto não atinge seu objetivo: conservação dos vinhos.
Diante disso, a PROTESTE não recomenda a compra e utilização de adegas climatizadas com sistema termoelétrico em solo brasileiro. Seu desempenho pode ser insatisfatório, visto que a manutenção constante da temperatura é fundamental para a conservação do vinho. Grandes variações podem envelhecê-lo precocemente mesmo deteriorá-lo, tornando-se impróprio para a degustação.
No Brasil, não existe norma técnica que estabeleça critérios mínimos de identidade, qualidade e desempenho para adegas climatizadas. Sugerimos à ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – a criação de uma comissão para avaliar o assunto. Na busca pela promoção de uma norma que leve em conta o clima tropical brasileiro, a tecnologia à disposição dos fabricantes e o interesse do consumidor.