Não é difícil escutar reclamações dos cariocas sobre o trânsito caótico que impera na cidade.
E essas queixas têm bastante fundamento: os moradores da cidade maravilhosa levam, em média, 47% mais tempo para chegar a seus destinos, apontam estudos.
Pesquisas indicam ainda que o Rio é a cidade mais congestionada da América Latina e a oitava em todo o mundo.
Por isso, saímos às ruas para ver como anda a mobilidade na capital do Rio de Janeiro, pela terceira vez.
Veja aqui qual é o melhor GPS automotivo.
Da última vez, em 2015, o carioca esperava um alívio com a finalização da expansão do metrô e o início das operações do BRT e VLT – marcadas então para o ano seguinte, a fim de atender a demanda das Olimpíadas.
De fato, melhorou. Mas apenas se você escolher o metrô, porque se a opção for ônibus... como anteriormente, um morador da Barra da Tijuca, que trabalhe no Centro continua gastando cerca de quatro horas do seu dia para ir e voltar.
Para fazer a checagem, utilizamos quatro tipos de transportes: carro, metrô, moto e ônibus. Confira o tempo dos trajetos de ida e volta, em cada um:
Em cada um, fizemos o trajeto da Barra ao Centro e o inverso, utilizando duas rotas, pela Zona Sul e pela Zona Norte.Sempre nos horários de rush, às 7h (ida) e às 17h (regresso), em três dias alternados (segunda, quarta e sexta), no mês de março.
Do ponto de partida do veículo até o destino, foi cronometrado cada segundo das viagens. E, no geral, o ônibus foi o meio mais demorado e a moto, o mais rápido, como esperado.
Ônibus requer paciência
Para ir de ônibus da Barra ao Centro (sentido Zona Sul), pegamos a linha 309, no Terminal Alvorada, e descemos na Av. Presidente Antônio Carlos, próximo ao Largo da Carioca.
Ao retornar, embarcamos na Rua da Carioca, com destino à Alvorada. E foi no regresso que registramos o pior tempo médio: 2h31 – na ida, foi 1h38.
Achou demorado? Pois saiba que, no segundo dia do estudo, foram gastos inacreditáveis 2h48 (e muita paciência) para chegar à Barra.
Na Zona Norte, a situação melhorou um pouco. Pegamos o ônibus da linha 361, na Av. das Américas, e descemos na Rua da Carioca, próxima ao Largo da Carioca. Fez em 1h35, para ir, e em 1h58, para regressar, em média.
Ao sair da Barra de carro, passando pelo túnel Lagoa-Barra, até o Centro, leva-se 1h20, em média, e no trajeto oposto, 1h36. Já pela Zona Norte, atravessando a Linha Amarela, uma viagem chegou a 2h12.
No entanto, isso ocorreu por causa de três ônibus enguiçados e um acidente no caminho. Sem problemas, o percurso é menos lento. Tanto que foram registradas médias de 1h32 (ida) e 1h30 (volta).
Trajeto ônibus-metrô leva cerca de 1 h
A boa surpresa foi o metrô. Embora para acessá-lo seja necessário o uso de outro meio de transporte, a locomoção até que não é tão vagarosa.
Do BRT Transoeste, um ônibus conduz o usuário à estação Jardim Oceânico. E de lá, o metrô leva até o Largo da Carioca, e vice-versa. A jornada dura cerca de uma hora.
Agora, pelo sentido Zona Norte, a situação muda de figura. Nesta opção, é preciso pegar o ônibus Barra Expresso 614 até a estação do metrô Del Castilho, lá embarcar na linha 2 para chegar à estação Carioca – e fazer o contrário ao retornar.
O percurso tem duração média de 1h29 (ida) e de 1h14 (volta). Mas, saiba que se houver algum imprevisto, o tempo pode quase dobrar.
Foi o que aconteceu no primeiro dia de avaliação, quando uma retenção no trânsito na Linha Amarela, por onde passa o 614, fez com que a duração total da viagem atingisse 2h12.
Constatamos, por fim, que a moto é o veículo que realmente consegue realizar o menor tempo de deslocamento. Em média, pela Zona Norte, 47 e 44 minutos, ida e volta, respectivamente. E, pela Zona Sul, 40 e 52 minutos.
No entanto, ligeireza mesmo mostrou no terceiro dia do estudo, quando foram registrados apenas 35 minutos, na ida – já o retorno foi feito em 1h06.
Como vimos, apesar de a expansão do metrô ser motivo de comemoração, a questão do deslocamento na capital ainda deixa a desejar.
Por isso, acreditamos que, para diminuir o tempo da locomoção, é fundamental que sejam adotadas algumas medidas, por exemplo, a restrição à circulação de carros e a ampliação do sistema de transporte público, como também do uso de meios alternativos, como a bicicleta.
Aliás, adote-a, ou ande a pé, sempre que possível. Além de fugir de engarrafamentos, você estará fazendo exercício físico e, portanto, cuidando da saúde. Fica a dica.
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