Valet parking: preço caro por serviço arriscado
Nosso teste mostrou valet parking que estaciona em local proibido, não está claro se oferece seguro e só informa o preço na comanda do serviço.
Assim, a maioria divulga o serviço por meio de bancada e guarda-sol sobre a calçada, sem impedir a circulação do pedestre. Vimos também armários fixados à parede do estabelecimento e cavaletes em cima da pista de rolagem, obstruindo a passagem de veículos, caso do Gula Gula, no Rio de Janeiro (na foto abaixo), e Boteco São Bento e Famiglia Mancini, em São Paulo.
Outra norma é que recepcionistas e manobristas estejam uniformizados e identificados com o nome da empresa. Com exceção da Capricciosa, no Rio, e Bar Brahma, Boteco São Bento e Famiglia Mancini, em São Paulo, em que uma ou outra dessas regras não foi seguida, os locais atendem à legislação. O Hollandaise, no Rio, foi o mais completo, trazendo ainda o nome do funcionário no uniforme.
Não se sabe onde o carro ficará
Para garantir que o veículo será guardado em local seguro, os serviços de valet devem informar o endereço do estacionamento usado, além do número de vagas que comporta. Mas apenas os estabelecimentos Arábia, Boteco São Bento, Lanchonete da Cidade e Pizzaria Speranza, em São Paulo, informavam o local. A Rota Park, que atua na Lanchonete da Cidade e na Pizzaria Speranza, foi a única a comunicar o número de vagas: 50.
Já no Rio, a Prime Valet Parking, nos restaurantes Amir, Balada Mix, Gonzalo, Gula Gula e Paris 6, afirmava usar o serviço Rio Rotativo, de estacionamento em vias públicas, mas sem especificar o local. Os demais sequer mencionavam onde o carro seria parado.
Outro direito seu é saber o custo do serviço, que deve ser facilmente visualizado. Mesmo assim, na Pizzaria Capricciosa e no Entretapas, no Rio, e no Aoyama, em São Paulo, só foi possível verificar o valor no recibo entregue durante o serviço, o que vai contra o CDC. Já nos outros locais o preço era identificado claramente na bancada de apresentação da empresa.
RJ: nenhum serviço aponta seguro
Outra informação que deve ser destacada é a existência e o valor do seguro, que engloba incêndio, furto, roubo, colisão de veículo e acidente de percurso, inclusive de terceiros, no qual a empresa se responsabiliza por danos ao carro.
Em São Paulo, Bacalhoeiro, Bar Brahma, Boteco São Bento, Brasil a Gosto, Coco Bambu, Famiglia Mancini, Lanchonete da Cidade e Pizzaria Speranza cumpriram com isso, mas só a Lanchonete da Cidade e a Pizzaria Speranza informaram seu valor (R$ 800 mil).
No Rio, nenhum valet comunicou por escrito a existência do seguro. Porém, ao serem questionados, afirmaram verbalmente possuir, sem informar o valor segurado.
Ninguém fornece recibo completo
Outro item que deixou a desejar foi o fornecimento do recibo completo, já que nenhuma empresa cumpriu com a regulamentação, emitindo nome e número de inscrição de Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) da prestadora, dia e horário de recebimento e características do veículo, local de estacionamento, além de constar a informação de que a empresa de valet se compromete solidariamente junto ao estabelecimento contratante a arcar com qualquer dano causado ao veículo durante a sua guarda.
O único dado presente em todos os recibos foi o nome e o CNPJ da empresa de valet. Fora isso, algumas identificavam características do carro, como marca, modelo e placa, enquanto outras, como a Majórica, no Rio, só a placa. Destaque para o restaurante Amir, também no Rio, único a fazer tanto a identificação completa do automóvel quanto a informar o dia e o horário de recebimento e entrega do mesmo.
Outra irregularidade constatada: no Rio, o único recibo comprovando o serviço foi a própria comanda, enquanto em São Paulo o recibo era a nota fiscal. No Rio, apenas a Majórica entregou a nota fiscal.
Carros são parados irregularmente
É essencial que o proprietário do veículo esteja tranquilo e saiba que seu carro será estacionado em local adequado e seguro. Mas, em nosso teste, constatamos diversas irregularidades, com muitos carros sendo estacionados sobre a via de tráfego e em locais proibidos.
No Hollandaise, no Rio, o manobrista informou que pararia em local fechado, sendo que o veículo foi deixado sobre a calçada, na lateral do estabelecimento. Os piores exemplos foram os do Entretapas e Capricciosa , também no Rio, em que os carros ficaram obstruindo garagens ou abaixo de placas proibindo o estacionamento.
Em São Paulo, a maioria dos locais atendeu à lei local que proíbe o uso da via pública como estacionamento, usando locais fechados, com exceção do Bacalhoeiro, Bar Brahma e Brasil a Gosto, que pararam os automóveis na rua.
O Bar Brahma alegou que faltava pouco para o estabelecimento fechar, sendo que ainda permanecemos por uma hora no local; o Brasil a Gosto, que era mais seguro parar o veículo sobre a calçada, ao lado do estabelecimento. No Bacalhoeiro, apesar da informação de que o veículo seria estacionado em local fechado, ele foi posto na mesma rua do restaurante.
Evite deixar objetos no veículo
Para ver se há risco de furtos de objetos dentro do carro, deixamos um óculos escuros e uma máquina fotográfica no porta-luvas, e R$ 8 em notas e moedas à vista, sem avisar sobre a existência deles. Apenas Famiglia Mancini, Lanchonete da Cidade e Speranza, em São Paulo, ofereciam uma declaração dos bens deixados no automóvel.
Os outros locais omitem essa informação ou a incluem no recibo ao final do serviço, se isentando de responsabilidade. Apesar disso, em só um estabelecimento, no Rio, notamos a ausência de R$ 3 em moedas. Mesmo assim, é melhor não deixar objetos no carro.
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