PROTESTE na Semana Nacional do Trânsito

Associação cobra do governo plano para medidas efetivas de segurança para pedestres, passageiros e condutores de veículos.
Nesta Semana Nacional do Trânsito cujo tema é a “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Não exceda a Velocidade, Preserve a Vida”, a PROTESTE, que tem um histórico de mobilização em prol da segurança no trânsito brasileiro, destaca as ações que tem desenvolvido nesta área.
Recentemente divulgou a Cartilha do Condutor, publicação de 26 páginas que pode ser baixada no site, que aborda os direitos e os cuidados para evitar os riscos a que somos expostos, nas ruas e estradas. A cartilha também destaca os altos custos para se manter um veículo no país diante dos tributos que representam mais de um terço do preço final do bem.
Também foram avaliados os cintos de segurança de 20 carros compactos nacionais em que se constatou que apenas o Corsa Maxx (1.4) traz cintos de segurança de três pontos retráteis disponíveis para todos os ocupantes. Nos demais o cinto traseiro central é apenas abdominal (de dois pontos) reduzindo a segurança
Oito modelos de cadeirinhas à venda no mercado nacional, também foram testados e apresentaram problemas que vão desde incorreções nas instruções de uso até a proteção dos pequenos ocupantes, mesmo tendo o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia).
A Semana Nacional do Trânsito é comemorada anualmente de 18 a 25 de setembro, em cumprimento ao artigo 326 do Código de Trânsito Brasileiro. Ela serve de alerta para os inúmeros danos que a falta de segurança no trânsito têm trazido à sociedade e que coloca muitas vidas em risco, tanto dos que dirigem seus veículos pelas vias públicas, quanto dos pedestres que por elas circulam.
Atualmente cerca de 2 milhões de pessoas morrem por ano, vítimas do trânsito, e o número de feridos é ainda mais alarmante. Preocupada com esta questão, a PROTESTE alerta para a necessidade de intensificar investimentos em medidas efetivas de segurança para pedestres, passageiros e condutores de veículos. É essencial produzir estradas e carros mais seguros e aperfeiçoar os serviços de atendimento em situações de emergência, além de campanhas e ações educativas.
A PROTESTE apoia o movimento chega de acidentes que mantém um relógio virtual no site http://www.chegadeacidentes.com.br/para contabilizar estimativa da quantidade de vítimas fatais e não fatais no Brasil e o impacto econômico dos acidentes e suas vítimas. Ele permanecerá ativo até que um Plano Nacional de Segurança Viária seja implantado no País.
A Segurança no trânsito é preservação da vida. As autoridades, as entidades brasileiras e a sociedade em geral precisam estar alinhadas na construção e implantação de um Plano Nacional de Segurança Viária para o País. Somente com a execução de um programa fundamentado em estatísticas e informações adequadas, e com ações coordenadas em todo o território nacional, é que o Brasil poderá dar um passo à frente para a redução de acidentes e a caminho de um trânsito mais seguro.
Levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde sobre internações hospitalares e gastos com tratamento mostram que o Brasil enfrenta “uma epidemia” de acidentes de trânsito, segundo a coordenadora da Área Técnica de Vigilâncias e Acidentes da pasta, Marta Maria Alves da Silva. Em 2011, foram internadas em hospitais da rede pública 153.565 vítimas de acidentes de trânsito, o que gerou um gasto de R$ 200 milhões aos cofres públicos.
A agravante é que, do total das internações, praticamente a metade – 48% – envolveu motociclistas. “Isso caracteriza uma situação epidêmica, e as causas mais comuns são: direção perigosa e condução das motos por pessoas alcoolizadas”, destacou Marta Alves.
Muitos dos carros mais vendidos no Brasil são armadilhas fatais para seus ocupantes caso se envolvam em colisões a velocidades moderadas, constatou testes realizados pelo Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos), organização apoiada pela PROTESTE e que conduz testes de segurança em carros europeus. Muitos modelos básicos não têm airbags e têm cabines com estruturas deficientes. A maioria desses automóveis – incluindo modelos fabricados por Volkswagen, Fiat, Chevrolet, Ford e Peugeot– obteve uma estrela, de um máximo de cinco. Os carros mais vendidos na América Latina têm níveis de segurança de 20 anos atrás na Europa e na América do Norte.