Paulistanos e cariocas são reféns do trânsito
Nossa análise nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo revela que, apesar dos investimentos em infraestrutura, ainda há o que melhorar.
Realizamos um estudo nas capitais do Rio e de São Paulo para testar a mobilidade nesses locais e detectar quanto tempo seus moradores gastam nos deslocamentos casa-trabalho. Durante três dias úteis da primeira semana de abril, quatro participantes simularam trajetos de ida e de volta ao trabalho.
No Rio de Janeiro, os participantes saíram de um local próximo ao Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, em direção ao Largo da Carioca, no Centro, totalizando 28 km. Em São Paulo, o ponto de partida foi a Avenida Luiz Carlos Berrini, no Brooklin, em direção à Prefeitura Municipal, no Centro, num trajeto de 14 km. Todos saíram às 8 horas e retornaram às 17h30.
Mensuramos para cada modalidade de transporte o tempo de chegada ao ponto combinado. Somamos os tempos e consideramos as características de cada local. E concluímos que quem vive nessas duas capitais tornou-se refém de um trânsito cada vez mais caótico – e que as mudanças são necessárias, sobretudo nos sistemas de transportes públicos.
Moto é mais rápida; ônibus, mais lento
No Rio de Janeiro, andar de moto foi rápido e simples. De carro, tivemos dificuldades no trajeto de ida no primeiro dia e na volta do segundo dia. No metrô, encontramos problemas para acessar o vagão após o uso da integração, vagões sujos, mal conservados e pausas prolongadas. E em relação aos ônibus, como já era esperado, realizamos a maioria dos trajetos no maior tempo.
Em São Paulo, andar de moto foi mais simples ainda, já que o trajeto foi feito em faixas específicas. O motorista que foi de carro enfrentou trânsito pesado, levando o dobro do tempo na volta. De metrô, usamos a integração por trem e encontramos vagões muito cheios. E de ônibus, além da integração, enfrentamos interrupções ao longo do trajeto, o que aumentou ainda mais o tempo da viagem.
Em resumo, ao somarmos todos os tempos de deslocamento com cada meio de transporte em cada cidade, a ordem de permanência no trânsito no Rio e em São Paulo foi a mesma: moto, carro, metrô e ônibus. Veja em recursos a tabela com os resultados do teste.