Começo de ano é época de volta às aulas e para evitar gastar em excesso com as despesas que esse período exige o ideal é pesquisar. Com uma lista de 25 itens de material escolar a PROTESTE pesquisou os preços em 29 estabelecimentos na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 3 e 7 de janeiro. A mostra identificou que um mesmo produto pode ter variação de até 2.100% e uma cesta com todos eles juntos pode variar em até 70% dentro de um mesmo bairro.
A maior diferença encontrada foi em um item básico das listas, indispensável para os estudantes: a borracha branca. Ela foi encontrada por R$ 0,45 e por R$ 9,90 – o que dá uma variação de 2.100%. Dá para comprar 22 borrachas brancas no lugar mais barato pelo preço de uma unidade da borracha mais cara.
Neste ano o material escolar ficou mais caro, como identificou a ABFIAE (Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares). Os itens sofreram um aumento médio de 8% em comparação com 2019.
O mercado de produtos escolares tem uma grande variedade de tipos, marcas, tamanhos e designs, o que influencia os preços, além de a lista variar de acordo com a escola, a série do aluno e o orçamento da família.
Um ponto importante que a PROTESTE alerta é para a variação de preços de um mesmo produto de um estabelecimento para outro – às vezes atravessar a rua já pode significar alguma economia, já que a pesquisa identificou diferenças nos preços dentro do mesmo bairro. Por isso a pesquisa antes é a atitude ideal.
A pesquisa PROTESTE foi feita nas zonas norte, sul, oeste e o centro da cidade. A metodologia foi a do cliente oculto: nossos colaboradores pesquisaram os preços como se estivessem pesquisando para si mesmos. No total, foram coletados 862 preços de marcas variadas.
Para realizar a comparação de preços do material escolar em cestas – a soma de todos os valores dos itens disponíveis – os estabelecimentos tinham que ter no mínimo 72% dos produtos da lista. Foram encontradas variações grandes de preços na mesma região nesse quesito, quando comparamos os preços dos produtos mais baratos.
Na zona sul, considerando cestas com 21 itens, a Pioneira, de Copacabana, ficou responsável pelo maior valor, R$ 188,21. A mais barata foi a da loja Caçula, do mesmo bairro, por R$ 110,65. Isso representa uma variação de 70% em lojas que ficam a 750 m de distância, ou 9 minutos andando, uma da outra.
Já na região oeste, com uma cesta com 18 produtos da lista, o valor máximo identificado foi de R$ 147,33 na Magal de Jacarepaguá e o mais barato de R$ 132,00, da Kalunga de Curicica.
Essa variação foi menor do que a encontrada na Zona Sul, 12%.
Entre os bairros da zona norte, a variação foi de 42%. O valor mais barato, com uma cesta com 22 itens foi de R$ 130,16, na Caçula de São Cristóvão. O conjunto de materiais mais caro foi encontrado na Casa Ribeiro, por R$185,40, no Maracanã, em uma cesta com 19 produtos.
No centro, a cesta mais barata foi encontrada na Caçula da rua Buenos Aires, R$ 101,77 e a mais cara, na Kalunga da avenida Passos, R$ 140,22, ambas com 21 produtos. Neste caso, a variação foi de 38%.
Considerando os valores mínimos e máximos de cada produto, a variação média dos 25 itens da lista foi de 748%. Além da borracha branca, como citamos acima, outros artigos também surpreenderam pela diferença de preços.
O jogo de caneta hidrocor de 12 cores foi encontrado por R$ 3,90, nas Caçulas de Madureira, centro, Campo Grande e Copacabana, e o mais caro, por R$ 49,90, nas Kalungas da Tijuca (na rua José Higino e na rua Barão de São Francisco), Madureira, Bangu e Curicica. Isto representa uma diferença de R$ 46 - uma variação de 1.179%. Com o maior valor é possível comprar 12 conjuntos na loja mais barata e ainda levar para casa R$ 3,10 de troco.
No outro extremo, o produto com a menor variação de preço foi o pen drive de 8G, que foi encontrado por R$ 20,90, nas Caçulas de São Cristóvão, Madureira, centro e Copacabana, e nas Kalungas da Tijuca (da Rua José Higino e rua Barão de São Francisco), Barra, Madureira, Copacabana e Bangu, e por R$ 49,99, nas lojas Americanas de Copacabana, ou seja, uma variação de 139%.
A PROTESTE orienta para o consumidor ficar atento aos seus direitos. Um deles é de que o aluno não tem de levar para a escola material de uso coletivo, como papel higiênico, garrafas d’água, flanelas e pregadores de roupas, por exemplo.
O site do Procon Estadual do Rio de Janeiro, tem uma lista com os itens que não podem ser solicitados na lista de material escolar a partir de 2 anos de idade.