O consumidor brasileiro continua pagando taxas altíssimas com média de juro anual de 352,76% ao recorrer ao financiamento por meio do cartão de crédito, o chamado rotativo. Foi o que constatou a PROTESTE ao comparar, agora em outubro, a taxa média de juros cobrada nas operações com cartão de crédito com o de outros seis países da América latina (Argentina, Chile, Colômbia, Peru, México e Venezuela), além de Portugal e Estados Unidos.
O juro do rotativo é cobrado do consumidor quando esse opta pelo não pagamento do total da fatura do cartão ou não faz o pagamento até a data do vencimento, assim ele na verdade está adquirindo um crédito com os maiores juros do mercado.
No Brasil, A PROTESTE encontrou juros exorbitantes no rotativo de 830% ao ano nos cartões do Banco Pan, os maiores do mundo.
Caso o consumidor seja portador deste cartão com o rotativo de 830% ao ano e tiver uma fatura no valor de R$ 1mil e resolver pagar somente o mínimo (15% do valor total da fatura), no mês seguinte estará devendo a esse cartão R$ 1.020 reais mais as compras realizadas após o fechamento do mês anterior. Ou seja, é como se você não tivesse dado de bandeja para o cartão R$150 e no mês seguinte a sua dívida estaria ainda maior do que antes.
A PROTESTE tem um simulador que ajuda o consumidor a escolher o melhor cartão de crédito mostrando as taxas de juros que os bancos insistem esconder com opções de cartões sem anuidade.
Saiba qual o melhor cartão de crédito para o seu perfil
Os juros cobrados nas modalidades do crédito rotativo são uma das causas do crescente endividamento dos brasileiros. Segundo dados da PEIC (Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), o cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 76,9% das famílias endividadas.
Esses dados são ainda mais alarmantes se compararmos a taxa praticada no Brasil com a de outros países. A taxa média praticada no rotativo no Brasil é 305 pontos percentuais maior do que a praticada na Argentina, que é o país com a maior taxa dentre os analisados (47,40% ao ano – Máximo cobrado). No Peru, os juros no rotativo não ultrapassam os 44,1% anuais, já na Venezuela 29% ao ano é o máximo encontrado no rotativo e na Colômbia a média da taxa de juros no rotativo do cartão praticada é 29,66% ao ano, no Chile a média é de 21,59% ao ano. No México, a média dessa taxa é de 25,4% ao ano. Todos os dados foram coletados através do Banco Central de cada país.
Também verificamos os juros cobrados no rotativo nos Estados Unidos e em Portugal.
Em Portugal os juros máximos permitido no 4º trimestre de 2017 é de 16,1% ao ano. Além disso, o consumidor já sabe previamente pelo Banco Central de Portugal quais serão os juros máximos aplicáveis para o 1º trimestre de 2018, 16,4% ao ano. Nos Estados Unidos a taxa máxima encontrada nos juros do rotativo foram de 24,99% ao ano.
Por isso, aconselhamos que você sempre pague o total da fatura no vencimento, pois caso pague o total após o vencimento o juros do rotativo também incidirá.
Para os consumidores que não conseguem se controlar e acabam utilizando o rotativo do cartão de crédito, as notícias não são muito boas. A maioria dos cartões encontrados no Brasil, possui juros altos nessa modalidade e ainda sim os cartões que apresentam os menores juros há a necessidade de se pagar anuidade para utilizá-los, o que não faz muito sentido para o consumidor, já que ao fazer o uso do rotativo, já está endividado sem condições de pagar a fatura e ainda tem que arcar com o custo da anuidade.
Porém, há no mercado algumas opções de cartões sem cobrança de anuidade, Descubra aqui.
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