PROTESTE cobra ação para baixar juros
A Associação quer que a Medida Provisória do spread seja uma medida efetiva e não apenas um pacote eleitoral.
O correntista brasileiro não pode continuar na lamentável situação de pagar o maior spread bancário do planeta (a diferença entre o que o banco paga quando capta recursos e o que cobra de juros de quem toma empréstimos). A PROTESTE cobra do Governo Federal que, dessa vez, as mudanças para a redução do spread sejam efetivas, e não apenas mais um pacote eleitoral.
O tomador de empréstimo no Brasil paga 40% do custo final da operação de spread. Na maioria dos países emergentes, a média é de 5%. No Peru, que cobra o spread mais elevado depois do Brasil, é de 10%.
Às vésperas da eleição presidencial, o Governo disse que vai atacar o problema. “Até já passou da hora de os bancos fazerem sua parte, pois as altas taxas de juros cobradas penalizam cada dias mais os consumidores,” avalia o economista Leonardo Diz, da PROTESTE. No cheque especial, os juros médios atingem 155% ao ano; no empréstimo pessoal, 93%; e no desconto de duplicatas, 55% ao ano. E a inflação projetada para o ano é de 3,74%.A PROTESTE espera a adoção de medidas que realmente reduzam essas taxas cobradas do consumidor, principalmente tratando-se de um setor que só aumenta seus astronômicos lucros. Estudo da Austin Rating, analisando balanço das quatro maiores instituições bancárias brasileiras, mostrou que, no primeiro semestre deste ano, o lucro líquido somado alcançou R$ 8,03 bilhões, um aumento de 8,6% em relação a 2005.
Hoje, por exemplo, não há limite para o aumento da taxas bancárias, e as instituições têm liberdade para fazer reajustes. Os ganhos com prestação de serviço já representam 14% do total de receitas do sistema financeiro. Representavam 9% em 2002. O crescimento é decorrente da ampliação da base de clientes e da cobrança de serviços antes sem tarifas. A receita de serviços subiu 16,8% neste ano.
Na quarta análise sobre contas-correntes a PROTESTE constatou que, nos últimos 12 meses, alguns serviços bancários aumentaram mais de 80% (13% em média). Leia pesquisa completa na revista DINHEIRO & DIREITOS no 3 (AGO/SET/06).
Os bancos atribuem o alto custo do dinheiro ao grau de risco de calote. A inadimplência efetivamente subiu no período, de 2,2% para 3,1%, em relação aos seis primeiros meses de 2005, mas também houve grande expansão do crédito: de 28,8% do PIB para 32,4%. Como em qualquer negócio, é natural que a inadimplência acompanhe o crescimento da oferta. Porém, os ganhos obtidos com os empréstimos compensam muito bem a exposição ao risco.
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