CET ainda está fora dos anúncios

O Custo Efetivo Total – CET, que concentra todos os custos para a obtenção de um empréstimo, praticamente não foi adotado, ainda, nos anúncios de empresas que oferecem produtos para venda parcelada em São Paulo.  A constatação é da PROTESTE – Associação de Consumidores, que analisou 132 anúncios de 55 empresas.

A exceção  foi uma empresa da área imobiliária , a Local , que informou adequadamente . Do total pesquisado, 40 descumprem totalmente a Resolução, o que equivale a 73% da  amostra..E 14 das 55 pesquisadas trazem  os índices nas notas de rodapé,  sem destaque e com letra miúda. E 5 outras empresas descumprem o CET ao exigir que o consumidor consulte na loja para obter a informação. Uma  empresa informa apenas as taxas de juros incidentes na operação, deixando todas as outras informações de fora.

A PROTESTE está cobrando do Banco Central a fiscalização  e punição para cumprimento da informação sobre o CET, pois com ele o consumidor pode, efetivamente,  saber o quanto desembolsará na compra parcelada. As empresas  colocam algumas informações importantes um tanto quanto escondidas. Ou seja, desrespeita-se, inclusive, o Código de defesa do Consumidor  por se dar pouco destaque a informações que afetam diretamente o bolso do consumidor.

Além dos juros, o CET inclui outros encargos, como seguros obrigatórios ou tarifas de abertura de crédito. É um valor percentual anual, que facilita a comparação e identificação de qual local oferece melhores condições para a compra. A Resolução 3.517 do Conselho Monetário Nacional será letra morta se não houver ação firme do BC e dos Procons.

Os pesquisadores da PROTESTE analisaram as ofertas de financiamentos de eletrodomésticos, produtos de informática, imóveis, celulares, carros e motos. O direito do consumidor a informação está sendo desrespeitado pratciamente em todos os segmentos.

A PROTESTE vinha exigindo, há vários anos, maior transparência nas informações sobre o custo real do financiamento, pois, além dos juros, o consumidor paga uma série de encargos, tarifas, seguros, taxa de abertura de crédito, tributos, serviços de terceiros contratados pela instituição e outras despesas.

Em todos os estudos sobre financiamento (crédito pessoal, automotivo, de bens, imobiliário, cheque especial) a PROTESTE sempre orientou o consumidor a não se limitar às taxas de juros informadas, pois nem sempre a taxa menor significa custo final mais baixo. A escolha deve ser pela instituição que apresente o menor custo real, e não por a que divulga somente a menor taxa de juros mensais.

Total de empresas avaliadas : 55