Não é fácil doar sobras
Veja algumas dicas de como comprar e consumir com consciência.
Não é apenas nos lares brasileiros que o desperdício chama a atenção. Cozinhas industriais, lanchonetes, restaurantes e hotéis também contribuem para as estatísticas.
Mas, infelizmente, os empresários brasileiros do ramo alimentício que desejam combater o desperdício esbarram em dificuldades impostas pela legislação: além da responsabilidade penal em caso de morte ou intoxicação de uma pessoa que recebeu um alimento, eles não recebem nenhum tipo de incentivo fiscal e ainda precisam pagar impostos sobre os alimentos doados.
Ou seja, a burocracia faz com que potenciais doadores prefiram descartar produtos em perfeito estado. Existem diversos projetos de lei (e algumas poucas leis municipais) que atenuam uma eventual culpabilidade do doador que demonstre honestidade de propósitos e que dispense ao alimento doado os cuidados mínimos exigidos – e cuja ação não configure descumprimento da legislação do setor.
Outra opção para quem deseja doar são os chamados bancos de alimentos, que combatem a fome da população carente e o desperdício dos alimentos. Nos bancos, os alimentos são recebidos, separados, reembalados e distribuídos às entidades assistenciais previamente cadastradas, que, por sua vez, distribuem os alimentos à população carente.
Existem bancos de alimentos criados por prefeituras e também os mantidos pela iniciativa privada em parceria com organizações não governamentais. A ONG Banco de Alimentos, por exemplo, recolhe 44 toneladas de produtos todos os meses, que alimentam 21,9 mil
pessoas por dia em São Paulo. Além de entregar os alimentos a instituições sociais, a ONG ensina como manipulá-los e armazená-los, além de técnicas de nutrição e higiene.
Controlar o desperdício não é uma tarefa difícil; entretanto, você precisa fazer a sua parte, para que os alimentos cheguem à mesa de todos e, assim, menos pessoas convivam com a insegurança alimentar.