IPTU e IPVA: é melhor pagar à vista ou a prazo?
O Natal e o Réveillon ficaram para trás e chegou o momento de encarar os compromissos de início de ano. Entre eles está o pagamento de impostos, como IPTU e IPVA. Mas qual é a melhor opção: quitar a dívida à vista, e aproveitar o desconto concedido, ou deixar o dinheiro investido e pagar em parcelas? Para chegar a essa resposta, é importante avaliar caso a caso.
Isso porque estados e cidades estabelecem condições e percentuais diferentes de desconto. No Rio de Janeiro, por exemplo, o contribuinte pode quitar o IPTU de uma só vez, com 7% de desconto, ou pagar em 10 parcelas.
Nesse caso, o desconto do pagamento à vista só será mais interessante que deixar o dinheiro investido, se ele for maior em relação ao rendimento da aplicação no período de dez meses. Na prática, isso quer dizer o seguinte: um IPTU de R$ 1.500 sairia, à vista, por R$ 1.395. Para que o parcelamento seja mais vantajoso, o rendimento mensal médio no período deveria ser, no mínimo, de 1,35% – rentabilidade anual líquida de 17,46%.
A poupança só rende atualmente 0,5% ao mês mais Taxa Referencial, que, no último ano, teve rendimento de 1,99%. Isso significa rendimento mensal da poupança de, aproximadamente, 0,67%. Por isso, essa não seria uma alternativa de investimento que justificasse o parcelamento.
Se considerarmos as aplicações conservadoras não isentas de Imposto de Renda, o rendimento bruto para justificar o parcelamento deveria ser de, no mínimo, 1,72% ao mês, ou 22,71% ao ano. Essa, porém, não é a realidade das aplicações financeiras conservadoras (e também mais arrojadas) no Brasil atualmente. Assim, no Rio de Janeiro, o pagamento do IPTU à vista vale a pena.
Investimentos precisam pagar até 95% da taxa CDI
Em São Paulo, cujo desconto para a quitação à vista do IPTU é de 4%, o pagamento em cota única também vale mais a pena na maioria dos casos – isso se levarmos em conta o rendimento da maior parte das aplicações financeiras de perfil conservador no Brasil hoje. Por outro lado, podem existir algumas aplicações que façam compensar o parcelamento. Isso porque o rendimento mensal médio ao longo desses dez meses deveria ser de, no mínimo 0,97% ao mês, o que corresponde a uma rentabilidade anual bruta de 12,28% ao ano. Ainda que não sejam tão acessíveis, é possível encontrar no mercado produtos que paguem essa rentabilidade no período. Dessa forma, nossa dica é: procure investimentos que paguem até 95% da taxa CDI. Se encontrar, opte pelo parcelamento. Se não, o pagamento à vista é mais vantajoso.
O melhor é pagar o IPVA à vista
Em relação ao IPVA, Rio de Janeiro e São Paulo oferecem o mesmo desconto para pagamento à vista – 3%. Logo, para os dois estados, caso o contribuinte tenha disponível o dinheiro em mãos, o dinheiro investido precisaria ter um rendimento médio mensal líquido de 1,55% ao mês ou de 20,27% ao ano. O que, em termos de rendimento bruto, equivale a 2% ao mês ou 26,82% ao ano. Como é praticamente impossível conseguir esse rendimento com aplicações conservadoras indicadas para essa finalidade, o desconto à vista vale a pena.
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