A PROTESTE comemora mais uma vitória a favor dos consumidores. Em dezembro do ano passado, detectamos perigo em dois fogões da marca Atlas e pedimos retirada do mercado ao Ministério Público e ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Em função disso, o Instituto deflagrou uma investigação e acaba de suspender os registros destes produtos e proibir a empresa de fabricar e comercializar os modelos denunciados até que realize as ações necessárias para minimizar o risco de que acidentes de consumo ocorram.
No teste de fogões do ano passado, constatamos o risco de liberação de CO gás acima do limite considerado seguro no modelo Atlas 5 bocas Top Machine e de tombamento no Atlas Coliseum 4 bocas. De acordo com norma ABNT de desempenho e segurança para aparelhos a gás, o limite máximo permitido para liberação de CO é de 0,2%, mas a PROTESTE detectou 0,27 % e 0,47% para CO, em duas amostras do modelo Top Machine, quando utilizados os dois queimadores infravermelhos (grelhadeiras) e ligados ao mesmo tempo.
Veja aqui o resultado completo do nosso teste
Os resultados foram muito mais alarmantes quando foi usada esta função em condições reais de uso, de acordo com o manual de instrução do produto (grelhando dois frangos, colocando uma bandeja com água e usando os dois queimadores ao mesmo tempo). Foram detectadas liberações para o ambiente de CO de 2,13% e 3,36% em duas amostras avaliadas, ou seja, 1.580% acima do considerado seguro, se levada em consideração a segunda amostra avaliada.
No mesmo teste, eliminamos o modelo Atlas Coliseum 4 bocas por risco de tombamento. O teste verificou se o fogão suportava o peso de 22,5 quilos no centro geométrico da porta. Duas amostras deste mesmo modelo tombaram durante a avaliação. Este risco indica que, durante o apoio do usuário na porta do fogão, seja por tentar retirar um produto do forno, ou até mesmo uma criança abrindo a porta e sentando, há tombamento, podendo ocasionar lesões e queimaduras graves ao usuário.
Leia mais sobre a investigação do Inmetro
Os ensaios, realizados por laboratório acreditado pelo Inmetro em amostras do produto coletadas no mercado, confirmaram os problemas apresentados na nossa denúncia. O Inmetro acionou a Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade-Inmetro (RBMLQ-I) e orientou que sejam realizadas ações de fiscalização com o objetivo de determinar se a proibição de fabricação e comercialização está sendo cumprida pela empresa. Além disso, comunicou o caso à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para que adote as medidas cabíveis, entre elas, o recall dos produtos.
Se você possui um desses modelos em casa, deve parar de usá-lo imediatamente. E pode contar com a ajuda da PROTESTE para intervir em seu nome: ligue para o nosso Serviço de Defesa do Consumidor pelo número (21) 3906-3900 (de celular) ou 0800-282-2204 (de telefone fixo) ou ainda acesse o nosso canal Reclame. Ajudaremos você a fazer valer seus direitos.