Locais têm sinalização de emergência inadequada, extintores escassos ou mal posicionados e acessos à saída obstruídos. Estes são apenas alguns problemas que voltamos a encontrar nas principais casas noturnas das capitais fluminense e paulista. Nosso estudo mostra que seguem constantes o desrespeito aos direitos do consumidor e, mais preocupante ainda, o descumprimento às normas de segurança pelas boates, o que pode levar a novas calamidades em casos de superlotação, incêndio ou pânico.
É bom lembrar que 11 meses antes da tragédia de Santa Maria, ocorrida em janeiro de 2013, em que 242 pessoas morreram vítimas de um incêndio em uma casa noturna na cidade gaúcha, publicávamos nosso primeiro estudo sobre esse tipo de estabelecimento. Nele, constataram sérios problemas, que certamente contribuíram para agravar ainda mais o cenário em Santa Maria.
Em nosso estudo atual, observamos que boa parte dos estabelecimentos visitados no Rio ainda necessita de sinalizações indicando saídas de emergência e de extintores de incêndio suficientes. Estes, mesmo quando disponíveis, costumam estar mal posicionados ou obstruídos. Além disso, nenhuma boate carioca possuía o alvará e a licença dos Bombeiros em lugar visível.
Situada dentro de uma galeria estreita e com acesso por escadas, a boate Mariuzinn, em Copacabana, é um sério caso de risco: possui poucos extintores e o acesso à saída é bloqueado. Na 021 tampouco há sinalização indicando a saída e existem poucos e mal posicionados extintores. São comuns, ainda, a quase todos os locais a completa falta de detectores de metal.
As casas inspecionadas em São Paulo se mostraram muito mais preparadas para emergências: na maior parte dos casos, apresentavam sistemas adequados e bem sinalizados contra incêndios. Mas locais como Club A, D-Edge e Disco têm poucos extintores ou eles se encontram obstruídos. E ainda há os constantes desrespeitos aos direitos do consumidor, como a cobrança de taxas sem autorização pelo cliente e a falta de avisos indicando a lotação máxima.