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Influenciadores digitais promovem golpe usando a marca de plataformas de e-commerce

Shein alerta sobre anuncio que usa seu nome com oferta de renda extra

14 abril 2023 |

Os influenciadores digitais determinam tendências. Hoje campanhas de mkt de grandes marcas não descartam um "curta", "compartilhe" ou "arraste para cima". Mas mesmo seguindo este ou aquele nome que lhe agrada – a atenção a qualquer informação publicada é necessária. Esta semana, a Shein alerta para golpe em site promovido por influenciadores para ganhar dinheiro avaliando roupas. 

A princípio nove influenciadores promoveram um site falso que usa o nome da loja Shein e induz usuários a um golpe bancário. Nas "publis", como são conhecidos os posts publicitários nas redes sociais, eles afirmam que é possível ganhar dinheiro ao avaliar roupas da marca. De acordo com matéria veiculada no G1, nomes como Pétala Barreiros, Yanka Barreiros, Nadja Pessoa e Jéssica Amaral publicaram um link para o site falso. Na internet, também circulam registros em que a ex-BBB Kerline e os influenciadores Davi Mateus, Victória Azevedo, Mariana Menezes e Emily Garcia comentam uma suposta crise na loja.

A marca de plataforma de e-commerce já alertou em nota oficial: “A Shein esclarece que não tem relação alguma com o site fraudulento denominado "Money Looks", que tem como domínio o endereço segredodinheiro.fun/shein. Esse website está sendo enganosamente utilizado para propagar informações falsas sobre a companhia, com uso indevido do nome e imagem da empresa, com intenção de enganar usuários para que eles adquiram um aplicativo com falsa promessa de obtenção de uma renda extra por meio de avaliações de looks da marca”

O golpe 

Nos vídeos, os influenciadores dizem que um novo aplicativo seria uma estratégia das marcas para se recuperar de uma suposta crise causada por coleções que não tiveram bons resultados. Eles também causam uma sensação de urgência ao dizer que há poucas "vagas" disponíveis para o suposto app.

Mas não há nenhum aplicativo. O link divulgado leva para um site que induz usuários a pagarem uma taxa que supostamente dá direito aos pagamentos por avaliações e a informarem dados pessoais e bancários.

Dois sites aparecem nos vídeos: um, como a Shein informou, é o Money Looks; o outro é o Segredo Dinheiro, também usando a marca Money Looks. Nenhum dos endereços é da Shein.

Nosso especialista em direito do consumidor, Adriano Fonseca orienta: “para as pessoas que caíram nesse golpe, o ideal é buscar uma delegacia e um advogado de confiança pra tentar as responsabilizações tanto contra o site quanto contra os influenciadores.” E reforça: “é bom sempre lembrar que promessas de dinheiro ou retorno financeiro muito fácil normalmente são golpes. É fundamental duvidar dessas publicidades, já que, em caso de algum investimento financeiro da vítima, a recuperação dos valores é difícil.”

Sobre as responsabilidades

No ano passado, na Revista Proteste alertamos sobre as responsabilidades desse tipo de anuncio. As parcerias e publicidades realizadas pelos influenciadores digitais ainda não foram regulamentadas no país. "Para buscar a proteção do consumidor que tenha algum tipo de problema gerado por esse meio de comunicação, é preciso entender a responsabilidade dos influenciadores à luz da Constituição Federal, do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor, entre outras normativas", explica Adriano.

Mais de 500 mil influenciadores no país

Apenas no Brasil, a Nielsen estima haver mais de 500 mil influenciadores em potencial, considerando criadores com mais de 10 mil seguidores. E as marcas brasileiras já vêm se adequando – em 2021, houve um aumento de 71% em gastos com marketing de influência, segundo pesquisa da YouPix.  A inserção de novas plataformas no mercado, como é o caso do TikTok, deve reunir 77 milhões de usuários globais até 2025 – 14,9% a mais do que em 2021, de acordo com o eMarketer. 

Propaganda enganosa

O Código de Defesa do Consumidor proíbe toda publicidade enganosa ou abusiva. Além disso, define que os componentes da cadeia de consumo são solidariamente responsáveis pelos danos ao consumidor. No entanto, para que se aplique a cobertura na relação com influenciadores digitais, é preciso entendê-los como fornecedores. "Isso ganha força na jurisprudência. A base é a proteção constitucional do consumidor como direito fundamental", ressalta Adriano.

Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR)

As disposições do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) também vêm sendo utilizadas na tentativa de proteger o consumidor nos meios de comunicação digitais. “Isso aconteceu, por exemplo, com a proibição de stories ou posts que escondam ser anúncios pagos pelo vendedor, fazendo o consumidor de boa-fé acreditar que o influenciador comprou o serviço ou produto”, explica o especialista. 

Diante desse novo cenário, que ainda encontra muitas divergências dentro das leis brasileiras e falta regulamentação legal, o consumidor deve buscar os seus direitos.  Antes de recorrer à Justiça, que precisa adequar seus entendimentos à nova realidade digital, ele deve procurar a empresa ou os órgãos de defesa do consumidor, como a PROTESTE. “A indenização pode vir do vendedor, mas também do veículo de comunicação, seja qual for o influenciador digital”, finaliza o especialista. 

Conheça a PROTESTE

A PROTESTE, maior associação de consumidores da América Latina, busca melhorar as relações de consumo com dicas de economia, testes comparativos e informações sobre os direitos dos brasileiros. Nossa missão é proporcionar a melhor experiência para o consumidor e nossos associados.

Além de contribuir socialmente por meio de ferramentas educativas. A Escola do Consumo é uma plataforma que promove cursos, diálogos, experiências com o intuito de tornar suas escolhas mais conscientes e assertivas.

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