O teste do comportamento aerodinâmico da bola simulou, dentro de condições específicas, uma condição de jogo real, em que diversos aspectos influenciaram na trajetória, como a resistência do ar e a potência do chute, bem como a própria ação da gravidade. Por conta disso, a Proteste contatou Takeshi Asai, especialista em testes em bola da Universidade de Tsukuba do Japão. Ele realizou um teste comparativo sobre o comportamento aerodinâmico da Brazuca versus a Jabulani. Os resultados, por sua vez, foram interpretados em conjunto com o pesquisador Gilder Nader, do Institutos de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo.
Os resultados preliminares indicam que a Brazuca apresentou coeficiente de arrasto, que representa a resistência do ar, muito superior a Jabulani. Ou seja, para uma mesma potência de chute aplicada nas duas bolas, a Jabulani atingiria velocidade superior à da Brazuca. Uma outra análise feita no túnel de vento mostrou que uma bola começa a entrar em crise após o chute, deixando de apresentar uma trajetória próxima da retilínea para variar imprevisivelmente.Apenas como referência, uma bola entra no gol após um chute de falta com velocidade em torno de 80-90km/h. Na Brazuca, a velocidade de crise é bem baixa (em torno de 60km/h), enquanto que na Jabulani essa velocidade gira em torno de 86km/h. Significa dizer que, para a Jabulani, a bola começaria a variar em distância muito próxima ao gol, enquanto que para a Brazuca, esse momento de crise talvez nem seja identificado.
O Gerente do Centro de Pesquisas em Produtos e Serviços da Proteste, Sergio Mardirossian, coordenou o estudo e acredita que não teremos tantas reclamações sobre a bola como na Copa passada. “A Adidas se cercou de cuidados e, ao que tudo indica, apesar da estética revolucionária, ela não irá surpreender tanto dentro de campo”.