Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou um comunicado que determina a suspensão da importação, distribuição, venda e uso do Essure, método contraceptivo fabricado pela multinacional Bayer. Segundo a Anvisa, relatórios técnico-científicos e alertas emitidos pelo Departamento de Saúde canadense mostram que esse produto pode provocar dores crônicas, perfuração e migração do dispositivo, alergias, alterações na menstruação e até gravidez indesejada.
O Essure é inserido por meio da vagina e do útero até as trompas de falópio. O dispositivo conta com duas bobinas flexíveis de metal (incluindo níquel e titânio, que podem causar alergias). Após cerca de três meses, um tecido cicatricial começa a se formar em torno das inserções e cria uma barreira que bloqueia a chegada do espermatozoide aos óvulos e, assim, a concepção. Em algumas pacientes, as complicações exigiram a remoção cirúrgica do Essure e até mesmo uma histerectomia (retirada do útero).
Em fevereiro de 2016, o órgão que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, o FDA, ordenou à Bayer que realizasse um novo estudo de vigilância sobre os riscos do dispositivo em um ambiente real. Os resultados deste estudo poderão determinar quais as ações relacionadas ao Essure serão ou não necessárias para proteger a saúde pública.
Método pode causar dores crônicas, conforme a Anvisa.
O Essure não está suspenso nos Estados Unidos, nem no Canadá.
Apesar dos alertas, os órgãos norte-americano e canadense não suspenderem o produto em seus países. Aqui no Brasil o produto continua suspenso. A Proteste recomenda que você peça a orientação de seu ginecologista, caso utilize o método.
Vale lembrar que, além do Essure, a ligadura de trompas (esterilização cirúrgica tradicional) é outra opção de controle permanente de natalidade. Apesar de também apresentar riscos de complicações cirúrgicas, estes, pelo menos, são mais conhecidos pelos especialistas. Nenhuma das duas técnicas, porém, é 100% eficaz.
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