Para desenvolver um medicamento, a indústria farmacêutica realiza estudos nos quais a eficácia do novo produto é comparada a um placebo. E foi nesses estudos que pesquisadores descobriram a eficácia dos placebos. Na quinta edição da revista Proteste Saúde, explicamos como funciona o efeito placebo, quais as aplicações dos placebos e, ainda, o que influencia o consumidor.
Do ponto de vista fisiológico, o segredo estaria na atividade cerebral em resposta à expectativa do paciente ao usar o placebo. Em um estudo realizado na Universidade de Harvard, testou-se a eficácia em uma ampla gama de distúrbios, como dor, hipertensão arterial e asma. E cerca de 30 a 40% dos pacientes sentiram alívio ao usar o placebo.
O efeito placebo não se limita aos medicamentos. Numa pesquisa sobre o valor da cirurgia de ligação de uma artéria no tórax para o tratamento da angina de peito, o placebo consistia em anestesiar o paciente e cortar a pele. O placebo funcionou melhor que a cirurgia: os pacientes operados ficticiamente tiveram 80% de melhora, e os que foram operados de verdade tiveram apenas 40% de melhora.
Placebos ajudam no combate da asma e da dor
Um estudo realizado pela Harvard Medical School e pelo Beth Israel Deaconess Medical Center mostrou que o tratamento com placebos é tão eficaz quanto a medicação ativa no tratamento da asma. Embora os resultados tenham mostrado que os falsos métodos não fizeram efeito, os pacientes diziam sentir-se bem ao serem questionados.
Pesquisadores de Hamburgo testaram se os efeitos poderiam ser verificados através de exames por imagens. No estudo, eles usaram calor para causar dor nos braços dos voluntários; em seguida, utilizaram ressonância magnética para avaliar a espinha dorsal dos que acreditavam ter usado um analgésico (um placebo) e dos que não receberam nada. Os receptores de dor eram menos ativos em quem achava que tinha tomado o analgésico, provando que não só as pessoas acreditavam, como fisicamente estavam sentindo menos dor.