Dizer não a uma taça de vinho ou a um copo de cerveja é um dos maiores desafios de pessoas que lutam contra o alcoolismo, doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada com abstinência. O primeiro passo para superar o vício é reconhecer o problema e aceitar ajuda, especialmente da família.
Tudo começa, geralmente, como um hábito esporádico, que vai ficando frequente. O álcool ajuda muitas pessoas a superarem seus medos, sua timidez e a relaxarem. Mas, com o tempo, o organismo fica tolerante, ou seja, precisa de uma dose cada vez maior para alcançar os mesmos efeitos.
Nessa etapa, algumas pessoas percebem o descontrole perante a bebida e conseguem frear o consumo excessivo. Para outras, o álcool se torna uma compulsão. Os reflexos disso podem levar tempo para aparecer e ser percebidos: abandono da rotina, afastamento do trabalho, dívidas por causa da bebida e mudanças radicais de comportamento. Não é à toa que o alcoolismo esteja relacionado ao desemprego, a acidentes de trânsito e à violência doméstica.
Muitos não superam crises de abstinência
A longo prazo, o álcool intoxica o organismo e causa problemas digestivos, inflamação da mucosa gástrica e cirrose. O alcoólatra pode ficar anêmico e com baixo número de glóbulos brancos, sem falar na diminuição da libido, impotência e até mesmo esterilidade. Com tantas consequências ruins, a maioria dos dependentes tenta abandonar o vício, mas não consegue superar as crises de abstinência.
Entre 12 e 24 horas após a última dose, podem surgir tremores, fraqueza dos membros, sudorese e náuseas. O maior perigo é o dependente chegar ao delirium tremens, quando acontece insônia, pesadelos, desorientação e tremores nas mãos, que se estendem à cabeça e ao resto do corpo. Os sintomas de abstinência são tão desagradáveis que as recaídas tornam-se comuns. É por isso que o acompanhamento médico é tão importante nessa fase. Veja mais em “Tratamento: foco em causas e efeitos”.