Avaliação também identificou que consumidor pode se queimar na porta de vidro
A PROTESTE realizou teste de desempenho do forno em quatro modelos de fogões e todos foram reprovados na avaliação. Os eletrodomésticos apresentam riscos ao consumidor e não são recomendados para a compra. Nos testes dos fogões – de modelos de quatro e cinco bocas – foram identificados riscos de explosão e de provocar queimaduras nos usuários.
"Os modelos foram eliminados do nosso teste pelos problemas apresentados. É inaceitável, pois esses modelos passam por estas mesmas avaliações antes de serem colocados no mercado. Assim, estes resultados apontam que os fabricantes não conseguem manter o mesmo nível de qualidade dos produtos que foram aprovados nas avaliações pelo órgão regulador" diz Dino Lameira, especialista da PROTESTE.
A maior associação de consumidores da América Latina avalia produtos à disposição no mercado para averiguar a qualidade do que é oferecido. Com testes e avaliações, a PROTESTE trabalha para garantir os direitos do consumidor.
- Atlas 4 bocas Tropical Glass
- Atlas 5 bocas Tropical Glass
- Fischer 5 bocas Gran Cheff
- Electrolux 4 bocas 52LBU
Foram testados a segurança térmica e elétrica dos produtos - entre eles o aquecimento da porta de vidro do forno e do painel de botões -e a estabilidade da chama acesa durante o uso. Os testes foram realizados em laboratório acreditado pelo Inmetro e seguiram as normas em vigor no país.
Os modelos de fogão da Atlas e Electrolux apresentaram elevação de temperatura na porta de vidro do forno acima do que permite a legislação. A norma estabelece uma variação de no máximo 60°C acima da temperatura ambiente do laboratório quando realizado o teste de aquecimento do forno. Isto significa o risco de queimadura caso o usuário toque na porta de vidro durante o uso do forno. Foram feitos testes adicionais para confirmar os resultados.Veja:
1° teste: variação de 62,2 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.2º teste: variação de 60,5 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.3º teste: variação de 63,2 °C acima da temperatura ambiente do laboratório. O problema foi identificado em três testes em unidades diferentes. O produto foi considerado inseguro, sendo, portanto, eliminado do teste.
1° teste: variação de 73,1 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.2º teste: variação de 60,8 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.3º teste: variação de 64,5 °C acima da temperatura ambiente do laboratório. O problema foi confirmado nos três testes realizados em unidades diferentes e o produto foi considerado inseguro, sendo, portanto, eliminado do teste.
1° teste: Variação de 75,8 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.2º teste: variação de 83 °C acima da temperatura ambiente do laboratório – como o valor já se apresentou bem acima, não foi necessário a terceira avaliação, pois o problema já foi confirmado. O modelo foi considerado inseguro e foi eliminado do teste.
Os dois modelos Atlas também apresentaram temperaturas elevadas no painel metálico frontal. A norma estabelece a mesma variação também, de no máximo 60° C, porém só um dos modelos, de quatro bocas, teve o problema confirmado pelos testes adicionais. Abaixo, seguem os resultados:
1° teste: variação de 62,9 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.2º teste: variação de 61,3 °acima da temperatura ambiente do laboratório.O problema foi confirmado pelos testes adicionais e o produto foi considerado inseguro.
1° teste: variação de 67,5 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.2º teste: variação de 58,8 °C acima da temperatura ambiente do laboratório. Como o valor foi abaixo do limite estabelecido, avaliamos mais uma vez.3º teste: variação de 59,0 °C acima da temperatura ambiente do laboratório.Como também esta amostra teve um valor abaixo do limite estabelecido, o problema não foi confirmado. Porém, mas o fogão já havia sido considerado inseguro por conta do problema na porta de vidro do forno.
Nesta avaliação acendemos o forno por 30 minutos, utilizando gás Butano o aparelho sob a pressão de 2,75 kPa, girar o manípulo (botão que controla a chama do forno) para a mínima e após 15s, abrir a porta e observar a chama; após 15s, fechar a porta; após 15s, abrir a porta e observar a chama; fechar a porta e após 15s girar o manípulo para a máxima; após 15s verificar se está operando normalmente. Este mesmo procedimento é realizado mais duas vezes com outros dois gases: Propano em pressão de 3,43 kPa e Propeno a 1,96 kPa.
Na primeira amostra do fogão Fischer 5 bocas Gran Cheff, ao tentar ligar a chama do forno para iniciar o teste, ela não estabilizava e apagava. Dessa forma, não foi possível continuar a avaliação. Como isso poderia ser um defeito, foram avaliadas mais duas amostras para verificar se o problema persistia. Na amostra 2, a chama do forno conseguiu se estabilizar e, assim, o teste foi iniciado. Porém no final da avaliação, foi observado que as chamas do forno estavam apagadas. Isso se repetiu com os outros dois gases e também na terceira unidade avaliada.Assim, foi confirmado o problema, e o produto foi considerado inseguro, sendo eliminado do teste.
Neste item, o consumidor é prejudicado de muitas forma, pois além do mau funcionamento (amostra 1), nas outras duas unidades pode haver acúmulo de gás dentro do forno, pois as chamas se apagam durante o uso do forno, o que, em caso de uma tentativa de religar o forno sem esperar um tempo necessário para o gás presente se dissipar, por exemplo, pode haver uma explosão.
Dino Lameira lembra que existem diversos modelos bons e seguros no mercados que já foram avaliados pela Proteste e que podem ser adquiridos pelos consumidores, cujos reultados podem ser vistos no link.
Os resultados dos fogões reprovados foram encaminhados pela PROTESTE para o Inmetro, órgão regulamentador e fiscalizador do produto, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.