Evento da Euroconsumers discute a garantia de benefícios para o consumidor ao ter suas informações pessoais utilizadas por empresas.
Realizado em junho, em Bruxelas, o seminário "Big Data are the Future" foi uma oportunidade para a PROTESTE e as outras associações que integram o grupo Euroconsumers aprofundarem o papel dos consumidores na nova economia de dados junto a líderes de empresas e autoridades, incluindo o Ministro Belga das Telecomunicações e Economia Digital. O evento contribuiu para reforçar o apoio ao manifesto e à declaração da nossa campanha "Meus Dados são Meus". O objetivo é assegurar que as informações pessoais e a privacidade dos consumidores sejam respeitados, incentivando o desempenho de um papel fundamental nesta nova economia.
Venda e troca de dados pessoais
Na era digital, os direitos fundamentais dos cidadãos como consumidores, de fato, se manifestam cada vez mais no contexto dos espaços virtuais "privados" acessados. O consumidor pode não ter consciência disso, mas a utilização de dados pessoais é um grande negócio. Google, Facebook, Twitter e muitas outras empresas estão envolvidas no recolhimento e armazenamento das informações pessoais dos clientes.
Algumas companhias querem enviar anúncios dirigidos, enquanto outras se especializaram no recolhimento desses dados para os venderem para organizações que querem alcançar um público-alvo específico. Há bolsas de valores em que os corretores vendem grandes bases com dados pessoais de consumidores. Podemos citar, por exemplo, o "MyAnalytics", da Proximus, que tem como alvo serviços de turismo, organizadores de eventos, gestores de marketing e decisores de mobilidade.
Com essa base, a Proximus mantém continuamente a monitorização de celulares e pode identificar com precisão a localização e o fluxo de movimento em qualquer momento do dia. O cartão SIM ainda mostra de que região ou país é oriundo o utilizador, o que permite aos organizadores de eventos enviarem promoções especificamente dirigidas. No entanto, o operador não pede autorização, nem dá aos consumidores acesso aos seus próprios dados e não oferece qualquer benefício obtido através da utilização dos seus dados pessoais. É, por isso, que entendemos que isso precisa mudar.
Consumidores têm direito à partilha do valor acrescentado
No nosso mundo hiperligado, a análise de dados de grande volume (Big Data) é a nova "galinha dos ovos de ouro" da moderna economia digital. Calcula-se que o valor global da economia de dados na UE em 2020 seja superior a 700 milhões de euros (4% do PIB). Desenvolvem-se novos negócios utilizando os dados. Desse modo, é lógico que esses utilizadores tenham direito à sua justa parte do bolo.
Consideramos que os consumidores devem se beneficiar de uma economia de dados responsável que respeita os seus direitos e liberdades fundamentais. Essa economia deve se centrar em oferecer serviços individualizados e inovadores que vão ao encontro das verdadeiras necessidades dos clientes.
Gostou deste conteúdo? Cadastre-se agora e receba gratuitamente informações da PROTESTE! Se você é associado e precisa de ajuda, ligue para nosso Serviço de Defesa do Consumidor pelo 0800 282 2204 (de telefone fixo) ou (21) 3906-3900 (de celular).