A PROTESTE Associação de Consumidores solicitou ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, apuração sobre a necessidade de realização de um recall das sandálias coloridas Crocs, causa de 65 acidentes no Japão principalmente em crianças que usavam o tamanco e prenderam o pé em escadas rolantes.
Se há perigo para o consumidor brasileiro, não se deve esperar a ocorrência de acidentes para se tomar providências, avalia a entidade. O Código de Defesa do Consumidor prevê que, em caso de falta de segurança do produto, sejam tomadas providências imediatas para prevenir acidentes de consumo.
A entidade também solicita ao fabricante no Brasil para que na venda acompanhe o produto um manual com indicação sobre o uso adequado. No Brasil são fabricados 3 milhões de pares ao ano, mas um terço são exportados. Um consumidor de Brasília relatou que a filha que usava a sandália ficou com o pé preso em uma escada rolante de um shopping, mas não se feriu.
Nos Estados Unidos, onde o calçado foi lançado oficialmente, o sapato é indicado para uso em barcos, por velejadores, devido ao seu solado antiderrapante (feito em resina). "Se a sola é extremamente aderente, é preciso haver um alerta para crianças ou idosos, por exemplo. Queremos que a empresa explique, ao vender o produto, se existe alguma recomendação de uso ou alerta de segurança", afirma Maria Inês.
A Crocs Brasil, com sede em Sorocaba (SP) informou que seu departamento jurídico se manifestará ainda sobre o assunto. Nos Estados Unidos, segundo a agência Associated Press, o metrô de Washington colocou avisos sobre as sandálias em suas escadas rolantes.
Ainda nos EUA, uma garota de 3 anos usando um Crocs ficou com o pé preso em uma escada do aeroporto internacional de Atlanta e teve dois dedos parcialmente amputados, diz a agência. Já em Cingapura, uma criança de 2 anos perdeu um dedo do pé quando usava uma imitação do Crocs.
Nos hospitais da Inglaterra e da Holanda foram proibidos calçados semelhantes porque, segundo as entidades, a resina usada na fabricação pode criar estática e alterar a medição em aparelhos como respiradores e equipamentos usados em cirurgias.