A PROTESTE espera que o consumidor não seja prejudicado com a compra da Varig pela Gol. A entidade exige que seja mantido o programa de milhagem (Smiles) que atualmente atende mais de 5 milhões de clientes. Geralmente o usuário tem prejuízos quando há fusão de empresas. A concentração de mercado aumenta o poder do setor para reajustar preços. O consumidor que tem sido reiteradamente prejudicado com o apagão aéreo, há seis meses, não pode ser penalizado ainda mais. Por isso, a PROTESTE entende que não pode haver efeitos adversos da aquisição.
Por outro lado, quem viaja para o exterior estava sofrendo as conseqüências dos cancelamentos de linhas internacionais da Varig. Com menor oferta, o consumidor estava sentindo no bolso a falta da empresa. Menos mal se com a compra da empresa realmente voltarem as rotas até então suspensas.
A Gol anunciou que manterá a marca Varig, com serviços diferenciados, incorporando o seu modelo de gestão de baixo custo. O serviço diferenciado da Varig terá vôos diretos e continuará contando com o programa de milhagem, que atualmente possui uma base de mais de 5 milhões de clientes. Em rotas internacionais de longa distância e em mercados de alto tráfego na América do Sul, a Varig oferecerá duas classes, econômica e executiva. No mercado doméstico operará com classe única de serviços, priorizando as ligações entre os principais centros econômicos do país, tendo como principais bases de operação os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, e Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro.
Mobilização contra nova tarifa
A PROTESTE está orientando os consumidores a enviar mensagens para os deputados federais para que não seja aprovado o projeto de lei que estabelece a cobrança por 12 anos, de tarifa, entre R$ 3 e R$ 14, na venda de passagens para vôos nacionais. Ele já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e deve ir a votação no plenário e, se aprovado, volta ao Senado.
A lei entraria em vigor um ano após sanção presidencial e financiaria a manutenção de rotas "economicamente inviáveis" no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste. Para a entidade é um desrespeito ao passageiro discutir uma nova tarifa em pleno período de apagão aéreo, que tantos transtornos tem ocasionado aos brasileiros. Esse não é um momento oportuno para discutir qualquer adicional de tarifa aérea, avalia Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da PROTESTE.