A PROTESTE foi às ruas de Copacabana, bairro do Rio de Janeiro e que tem a maior concentração de idosos do país, avaliar as condições dos transportes por ônibus. A conclusão é que, se o idoso tem o cartão da gratuidade, ele viajará sem problemas. Quem não o apresenta pode passar por situações constrangedoras.
Nem sempre o ônibus para
Constatamos que as denúncias de que alguns ônibus não param no ponto quando um idoso faz sinal são verdadeiras. Durante nosso estudo, em 8,5% das vezes foi necessário fazer sinal para mais de um veículo antes de conseguir embarcar.
Nos ônibus com ar condicionado, o problema foi mais frequente do que com os veículos comuns. Já nos micro-ônibus e micrões (veículos maiores, semelhantes aos ônibus interestaduais, com tarifa mais alta), a situação foi bem mais rara. Quanto ao tipo de trajeto, os ônibus que circulam apenas dentro do município foram muito mais propensos a deixar o idoso no ponto do que os intermunicipais.
Sem Riocard, há problemas
Ao mostrar apenas a carteira de identidade, os idosos se depararam com algumas dificuldades – e alguns nem sequer conseguiram seguir viagem (8,5%). Em alguns casos, os pesquisadores tiveram que preencher ou assinar uma ficha fornecida pelo motorista ou trocador.
Os ônibus com ar condicionado são os que, em maior proporção, não cedem gratuidade aos idosos sem o cartão (20,5%), com destaque para a linha 2015 da Real Auto Ônibus – no qual todos os idosos tiveram seu direito à gratuidade negado.
Em alguns veículos, porém, uma solução bem simples foi apresentada ao idoso. Em vez de não poder seguir viagem ou ter que preencher uma ficha, o passageiro sênior foi solicitado a apresentar seu documento a uma câmera e, então, embarcou.
Vai e vem para embarcar
Mesmo após ter o direito de gratuidade aceito, mais da metade dos idosos do nosso estudo não pôde passar pela roleta. Eles precisavam subir pela porta de embarque para mostrar o documento e, então, descer e subir de novo, agora pela porta de desembarque.