A PROTESTE calculou que será positivo o impacto para o trabalhador que investir parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no novo fundo, o FIC FI-FGTS, que receberá os papéis do BNDES no valor de R$ 10 bilhões. Esse fundo foi criado para ser uma alternativa a bancos públicos e privados no financiamento de projetos de infraestrutura.
Uma vez aprovada a medida, o investimento de 30% do saldo em conta do FGTS compensará para o trabalhador. O rendimento anual desse novo fundo será de 7% mais a variação da TR. Atualmente esse saldo tem rendimento de 3% ao ano, mais a variação da TR (que nos últimos 12 meses foi de 3,8%).
Foi simulado o caso de um trabalhador que já tenha acumulado R$ 10 mil no FGTS e receba um salário mensal de R$ 3 mil. Para o cálculo do rendimento foi levado em conta a aplicação, desde agora, de 30% do saldo já acumulado no FGTS para esta nova aplicação, e que 30% dos próximos depósitos mensais também fossem aplicados nesse fundo. Foi considerada uma atualização salarial de 5% e uma Taxa Referencial (TR) igual a zero.
Depois de um período de 10 anos, o total acumulado no FGTS passaria de R$ 55.138,87 para R$ 59.658,39. “O rendimento muito provavelmente ainda perderá para inflação futura, entretanto já é um pequeno ganho para o trabalhador”, avalia Verônica Dutt-Ross, economista da PROTESTE.
Para a medida aprovada pelo conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço começar a valer, depende ainda de aprovação de uma lei pelo Congresso para permitir que cada trabalhador aplique até 30% do saldo do seus FGTS na aquisição de cota do FIC.
Todos os meses, milhões de trabalhadores brasileiros com carteira assinada contribuem com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Mas o rendimento desses recursos que vão para o fundo fica muito abaixo da inflação nos últimos anos. Na prática, significa que os empregados estão perdendo dinheiro, já que o rendimento é menor que a alta geral de preços.