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Ômega 3 - vale a pena investir nas cápsulas?

Antes de consumir o produto, saiba aqui se ele é confiável e entenda se cumpre o que promete

27 julho 2018
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A oferta do suplemento ômega 3 é farta, seja nas farmácias ou em lojas on-line. Frente a tanta variedade, a escolha entre uma marca ou outra pode se tornar um desafio para o consumidor. 

Afinal, quais daquelas diversas cápsulas são mesmo capazes de entregar o que prometem? Pensando nisso, levamos oito marcas ao laboratório.

Como foi feito nosso teste

Verificamos se os rótulos dos produtos traziam as informações exigidas por lei, como lista de ingredientes, modo de conservação, prazo de validade e tabela nutricional, assim como as advertências sobre a presença de glúten e alergênicos.

Averiguamos ainda se a quantidade de ácidos graxos da família ômega 3  EPA (ácido eicosapentanoico)  e DHA (ácido docosahexaenoico) estampada na embalagem é realmente a mesma encontrada nas cápsulas à base de óleo de peixe analisadas. 

Rotulagem precisa melhorar

Como sempre fazemos em nossos testes, verificamos se as informações presentes nos rótulos estão de acordo com a legislação e se o mesmo contém ainda informações que, mesmo não sendo obrigatórias por legislação, julgamos importantes.

No geral, todas as marcas se saíram bem. Porém, a marca Sundown não traz, no formato padrão, a frase de advertência sobre a presença de alergênicos ou derivados - apesar de citar em seu rótulo que pessoas alérgicas a peixe e a produtos de pesca devem evitar o consumo do produto. 

É comum encontrarmos no mercado produtos que trazem no rótulo alegações que, resumidas à pura estratégia de marketing, podem induzir o consumidor ao erro.

E nos frascos de ômega 3 isso não foi diferente.

Lavitan e Sundown destacam o fato de serem ricos em EPA e DHA como um diferencial, embora todo óleo de peixe seja naturalmente fonte de ambos.

Essa última marca alega ainda não conter açúcar, sem trazer, na sequência da declaração um esclarecimento, de que todos os alimentos desse tipo possuem essa característica. 

Cápsulas cumprem o que prometem?

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A boa notícia é que as cápsulas cumprem o que prometem. Ou seja, elas de fato possuem as quantidades de EPA e DHA informado na embalagem.

Olhando por esse lado, dá para confiar e consumir sem receio, pois, ao apostar na suplementação, você vai ingerir exatamente a quantidade de ômega 3 declarada no rótulo.

Mas, atenção: apesar de não haver exigência de receita médica para adquirir as cápsulas nas farmácias ou lojas especializadas em suplementos, você deve comunicar ao seu médico ou nutricionista o desejo de utilizar esse suplemento. 

Além de claros, os dados trazidos na rotulagem devem ser, obviamente, verdadeiros.

Dessa forma, averiguamos em laboratório se a quantidade de EPA e DHA presentes nas cápsulas é a mesma declarada na embalagem – lembrando que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as informações nutricionais podem ter até 20% de variação (para mais ou para menos) em relação à quantidade real apresentada pelo produto. 

Priorize a alimentação  

A maioria das marcas recomenda três cápsulas por dia, com exceção da Lavitan, cuja indicação é de duas drágeas. Nesse caso, o consumo de ômega 3 é de 0,9 g e 0,6 g diárias, respectivamente. 

Note que as quantidades são menores em relação à aconselhada pela FDA (1,3 g). Mas nada de ingerir mais cápsulas por dia para, assim, atingir esse montante considerado ideal.

Tenha em mente que a cápsula de ômega 3 é um suplemento e, como o próprio nome diz, serve para complementar a alimentação.

Veja aqui nossas dicas para acertar na hora de comprar suplementos! 

São vários os alimentos ricos nesse nutriente, e os pescados estão no topo da lista. Saiba que também é possível ingerir ômega 3 por meio de sementes e oleaginosas.

Mas atenção: elas não são ricas em EPA e DHA, mas em ALA (ácido alfa-linolênico), outro tipo de ômega 3.

Se sentir odor, devolva

Isso é o que recomenda Inar Castro, graduada em agronomia e com pós-doutorado em Nutrição Humana pela Universidade de São Paulo (USP), que atua como professora na faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, onde desenvolve pesquisas com ácidos graxos ômega 3.   

Segundo a pesquisadora,  o ideal é procurar olhar na embalagem quanto tem de EPA e DHA. Isso é o que importa.

Também é recomendável armazenar as cápsulas na geladeira e se atentar à data de validade.

Como a fiscalização no Brasil é ineficiente, evite comprar pela Internet: prefira adquirir em farmácias ou lojas físicas.

Se sentir odor diferente do esperado (peixe) ou do aromatizante descrito na embalagem, como, por exemplo, de limão, devolva o produto.

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