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Consumidor aprova o uso de tecnologia para conter pandemia

Pesquisa Euroconsumers, líder global em defesa dos direitos dos consumidores, do qual a PROTESTE faz parte, aponta aprovação de apps de rastreamento, mas com cautela

15 maio 2020

Consumidor aprova o uso de tecnologia para conter pandemia

A mais recente pesquisa realizada pela Euroconsumers com consumidores  da Bélgica, Itália, Portugal e Espanha, entre 24 e 27 de Abril, mostra que a maioria dos europeus apoia o desenvolvimento de aplicativos de rastreamento de dados de contato para combater a pandemia de coronavírus, embora a maioria também se preocupa com o abuso potencial da privacidade. Eles confiam que a tecnologia pode oferecer soluções amigáveis à privacidade. A PROTESTE, maior associação de consumidores da América Latina, é uma organização do Grupo Euroconsumers. 

Confira as principais descobertas da pesquisa:

Os consumidores entendem o potencial dos apps sobre COVID-19

A última pesquisa da Euroconsumers indica que a maioria dos consumidores acredita que a tecnologia pode desempenhar um papel positivo na luta contra o coronavirus, com a maioria acreditando que o rastreamento de contatos pode ajudar a salvar vidas - 66% na Bélgica, 67% na Espanha, 73% na Itália e 78% em Portugal. Mais de 60% dos entrevistados concordam que o uso dos dados pessoais pode ajudar a mitigar a disseminação da doença, sendo que em Portugal, 70% concordam com essa premissa. 

A maioria apoia o uso dos apps para coletar informações sobre a saúde do cidadão, enviar alertas quando alguém entre em contato com uma pessoa infectada ou monitorar o cumprimento da quarentena. No entanto, o apoio público depende em grande parte se esses aplicativos usam dados anonimizados. Dado anonimizado é aquele que, originariamente, era relativo a uma pessoa, mas que passou por etapas que garantiram a desvinculação dele a essa pessoa.  São dados que não permitem que se chegue à pessoa titular do dado, nem mesmo por meios técnicos.

Consumidores prezam a privacidade

Os cidadãos europeus, no entanto, estão preocupados com violações de privacidade. Enquanto a maioria dos consumidores (55% na Bélgica e 71% em Portugal) concorda que a experiência em países asiáticos, como China e Coréia do Sul, utilizando dados pessoais no combate à disseminação da COVID-19,  muitos  (60 a 70%) estão preocupados com a potencial violação da privacidade. 

Mais de 3 entre 4 respondentes dos quatro países acreditam que os dados anonimizados não serão nunca totalmente anônimos. Quando os entrevistados foram perguntados se eles utilizariam um app para rastrear os seus movimentos e localização, apenas 1 entre 2 entrevistados o faria se essa medida fosse obrigatória. 

Consumidores confiam na tecnologia para garantir a privacidade

Nos países europeus membros do grupo Euroconsumer, mais da metade da população concorda que uma ruptura temporária da privacidade é aceitável para lutar contra a pandemia. A grande maioria  (mais de 70%) está convencida de que as soluções tecnológicas que permitem o uso de dados pessoais para o combate ao COVID-19 poderia resguardar a privacidade. É necessário que os legisladores tomem todos os passos necessários para minimizar potenciais brechas de privacidade dos dados, priorizando, quando possível, os dados anonimizados. 

"Nossa pesquisa mostra que o consumidor europeu confia no potencial da tecnologia como uma ferramenta efetiva para a crise atual. O compromisso do grupo Euroconsumers de proteger os dados pessoais dos consumidores na era digital está no coração do nosso manifesto [My Data is Mine/Meus Dados me Pertencem]. Mas, neste cenário não podemos nos limitar a apenas demandar conformidade à legislação que protege a privacidade e evita abusos – isso seria reforçar o óbvio. Os consumidores estão nos pedindo que lutemos por soluções que a tecnologia pode e deve oferecer para vencermos a batalha coletiva contra a COVID-19.  Isso também é o que esperamos dos governos e das empresas de tecnologia", diz Marco Pierani, diretor de relações institucionais do grupo Euroconsumers. 

No Brasil, a legislação que protege os dados dos cidadãos é a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) cuja aplicação foi adiada de agosto deste ano para maio de 2021. Até lá, as empresas estão se informando e capacitando para regular as atividades de tratamento, uso e armazenamento de dados pessoais. A PROTESTE oferece o curso Save The Data para os profissionais que querem conhecer os princípios básicos da LGPD e realiza nesta quarta-feira uma live no LinkeDin sobre o assunto. 

 

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