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Coronavírus: o que pensam os consumidores europeus

Pesquisa realizada entre 5 e 9 de março pela Euroconsumers, grupo ao qual a PROTESTE faz parte, mostra como o Covid-19 mudou os hábitos na Europa

17 março 2020

Membro da Euroconsumers, que possui mais de 1,5 milhão de associados em cinco países, a PROTESTE divulga os dados publicados pelo Grupo sobre os impactos do Coronavírus na vida dos consumidores europeus. Entre 5 e 9 de março, as organizações Altroconsumo, da Itália, OCU, da Espanha, DECO Proteste, de Portugal e Test Achats/Test Aankoop, da Bélgica, conduziram pesquisas em seus respectivos países para entender o clima, o nível de informação e confiança relativos à pandemia do COVID-19. Veja as principais descobertas.

 

1 - Nível de Informação

Em todos os quatro países, a população se diz bem-informada sobre o Coronavírus (contágio, mortalidade, tempo de incubação etc.) Uma grande maioria diz seguir, ao menos parcialmente, as recomendações oriundas das autoridades de saúde sobre prevenção. O país menos informado é a Bélgica, onde 38% se diz pouco informado ou não informado. Na Itália, são 15%, a porcentagem mais baixa entre todos os países.

 

2 - Nível de preparação – compra de produtos para a prevenção do vírus.

Apenas na Itália a maioria da população (60%) comprou produtos para a prevenção do COVID-19, tais como máscaras, luvas, álcool gel etc. Nos outros três países, essa taxa é de aproximadamente 40% (sendo a mais baixa, em Portugal, com 38%). A média gasta em produtos de prevenção é de €20 em Portugal a €30 na Itália.   

 

3 - Mudanças nos hábitos de vida

Para a maioria dos italianos e espanhóis, o Coronavírus teve algum/grande impacto em sua situação financeira  (55% e 56% , respectivamente). Essa porcentagem é mais baixa em Portugal (27%) e Bélgica (33%). Os italianos e espanhóis também relataram que o COVID-19 causou um grande impacto em suas vidas sociais (62% e 53%). Mais uma vez, a estatística é mais baixa em Portugal (29%) e Bélgica (37%). A grande maioria dos italianos (80%) alterou os seus hábitos diários, tais como trabalhar de casa, evitar transporte público e se afastar de multidões. Em Portugal (53%) e Espanha (51%), a população já começa a mudar a sua rotina, enquanto na Bélgica essa taxa é de 45%.

 

4 - Nível de confiança

Em nenhum país, a população confia nas autoridades públicas para lidar efetivamente com a situação . Na Bélgica, essa falta de confiança atinge 36% dos entrevistados e, na Itália, 47%. Nos quatro países,  grande parte da população - Portugal (51%), Bélgica (44%), Itália (36%), Espanha (24%)  - acredita que o sistema de saúde não está preparado para o crescimento do número de infectados. Ao mesmo tempo, em todos os países, exceto na Bélgica, pelo menos 60% da população acredita que o COVID-19 trará grandes danos à economia.

 

Atenção especial: Itália e Espanha

Devido às várias medidas de impacto adotadas pelos governos italiano e espanhol, no dia 10 de março a Euroconsumers realizou duas novas pesquisas. A primeira, focando inteiramente no território italiano e, a segunda, em Madri.

Na nova pesquisa sobre as atitudes dos italianos, 83% da população já seguia rigorosamente as recomendações das autoridades públicas, tais como lavar as mãos frequentemente, manter distância de outras pessoas (mais de 64%). Além disso, 97% dos italianos alteraram seus hábitos cotidianos (mais de 80%). Embora a confiança na habilidade das autoridades em efetivamente gerenciar a crise não tenha se alterado significativamente, o número de italianos que acreditam que a pandemia de Coronavírus trará graves danos econômicos ao país passou de 57% a 68%.

A Euroconsumers também se debruçou sobre as percepções dos habitantes de Madri com o fechamento de todas as escolas. Curiosamente, o número de pessoas que reportaram estar bem informadas sobre o Coronavírus caiu de 42% para 32%, o que indica que os madrilenhos superestimaram de alguma forma o seu conhecimento sobre o COVID-19. Apesar disso, a porcentagem de pessoas que seguem estritamente ou parcialmente as recomendações das autoridades públicas não variou. A média de gastos com produtos para prevenção do vírus aumentou de €20 para €34.  Também caiu o nível de confiança nas autoridades que gerenciam a crise, de 46% para 39%.

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