Pesquisa da PROTESTE indica aumento na cesta básica em supermercados cariocas
Com a variação nos preços dos itens fundamentais para a rotina do brasileiro, é preciso analisar valores e optar por marcas mais acessíveis
A ida aos supermercados durante a pandemia de Covid-19 ilustra uma dificuldade que as famílias brasileiras vêm enfrentando – o aumento dos preços dos alimentos básicos e produtos ligados à higiene pessoal. Ainda que a variação nos valores seja pequena em alguns casos, em longo prazo pode significar grandes ajustes anualmente. Como indica a pesquisa realizada pela PROTESTE, durante o dia primeiro até sete de junho, envolvendo supermercados no Rio de Janeiro e os itens como: arroz branco, feijão preto, óleo de soja, açúcar refinado, desinfetante, leite integral, sabonete, álcool em gel, papel higiênico, água sanitária e sabão em pó.
Os produtos foram pesquisados de maneira anônima em 50 estabelecimentos nos bairros da zona norte, oeste e sul. Com isso, as análises levaram em consideração comparações com a pesquisa de coleta de preços das mesmas marcas de produtos e lojas visitadas em outro período: agosto de 2020. O valor da cesta básica no ano passado era de R$ 64,03, visto que a inflação de agosto até maio de 2021 foi de 6,02%. Hoje, o valor da cesta está, aproximadamente, R$ 74,57 – representando um aumento de 16%.
A variação nos valores dos itens da cesta básica está relacionada a motivos como: desvalorização do real, aumento da demanda (mais tempo dentro de casa devido à quarentena), dificuldades de colheita, crescimento no valor do frete e exportações.
Além disso, a pandemia fez com que famílias criassem estoques dentro de casa, o que gerou desequilíbrio entre oferta e procura.
A alta dos alimentos na cesta básica
Entre todos os alimentos da cesta básica que foram analisados, o óleo de soja (84%), arroz branco (32%) e feijão preto (19%) sofreram as maiores variações. O único produto que não teve aumento foi o leite integral.
Produto |
2020 |
2021 |
Variação |
Óleo de soja |
R$ 4,51 |
8,32 |
84% |
Arroz Branco |
R$ 5,12 |
R$ 6,74 |
32% |
Feijão Preto |
R$ 7,48 |
R$ 8,89 |
19% |
Açúcar Refinado |
R$ 3,13 |
R$ 3,66 |
17% |
Leite Integral |
R$ 4,79 |
R$ 4,65 |
-9% |
A diferença nos produtos de higiene
Com a pandemia, o uso de produtos ligados à higiene doméstica e pessoal se tornou uma necessidade de maior frequência. Os itens como sabonete, álcool em gel, papel higiênico e sabão em pó registraram aumentos, enquanto que desinfetante e água sanitária se mantiveram com o valor estável.
Produto |
2020 |
2021 |
Variação |
Sabonete |
R$ 2,57 |
R$ 2,85 |
11% |
Álcool em gel |
R$ 8,47 |
R$ 9,57 |
13% |
Papel Higiênico |
R$ 6,45 |
R$ 7,12 |
10% |
Sabão em Pó |
R$ 9,85 |
R$ 11,08 |
5% |
Desinfetante |
R$ 4,90 |
R$ 4,90 |
0% |
Água sanitária |
R$ 6,76 |
R$ 6,79 |
0% |
Recomendações da PROTESTE
Os resultados no levantamento da PROTESTE reforçam como é fundamental para o consumidor se atentar aos valores, realizando uma pesquisa antes das compras e, em alguns casos, optando por novas marcas. O pesquisador do Centro de Competência em Produtos e Alimentos e Serviços da Proteste, Daniel Barros, comenta sobre as diferenças entre o preço do açúcar refinado entre dois supermercados em Copacabana: “O açúcar refinado era vendido por R$ 2,95 no Mundial, enquanto no Big Market custava R$ 4,49, uma diferença de R$ 1,54, sendo que a distância dos estabelecimentos é de 750 metros. Imagina que, uma pessoa que compra 4 kg por mês, economizaria R$ 6,16 por mês ou R$ 73,92 no ano.” esclareceu Barros.
Com a necessidade de isolamento social, a comparação pode ocorrer, também, por meio de sites ou aplicativos dos estabelecimentos.
Os supermercados cariocas tiveram uma boa avaliação (86%) em relação a medidas de limpeza e higiene, porém a PROTESTE aconselha que o consumidor leve seu próprio álcool em gel como prevenção.