PROTESTE realiza teste em cadeiras plásticas e resultado mostra risco
Seis marcas foram avaliadas: quatro foram reprovadas porque quebraram e/ou apresentaram falhas estruturais no teste de resistência ao impacto
A PROTESTE realizou o teste de cadeiras plásticas sem braço, e quatro marcas entre as seis analisadas foram eliminadas por apresentarem riscos ao consumidor. Cada uma das marcas reprovadas teve 20 cadeiras avaliadas e, entre elas, pelo menos 19 unidades não passaram no teste de resistência ao impacto e foram eliminadas. Os produtos da Garden Life, JR Gold, MOR e Top Plastic apresentaram danos estruturais e/ou quebraram durante as avaliações. Estes resultados confirmaram-se no teste de contraprova. Nessa etapa, outras 20 unidades dos mesmos modelos eliminados foram novamente avaliados. Como resultado, ao menos 19 cadeiras apresentaram os mesmos tipos de falhas, evidenciando ainda mais os problemas mapeados.
O teste
A associação encaminhou o resultado do teste para o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
A categoria é certificada pelo INMETRO, e as conclusões apontam que os fabricantes não estão conseguindo manter os padrões de qualidade que alcançaram para garantir o selo de identificação de conformidade que estampam os produtos.
Para Dino Lameira, especialista da PROTESTE, o teste mostra que o órgão regulamentador precisa estar mais atento à questão. “Quase todas as unidades dos modelos que foram eliminados tiveram problemas. Além disso, esse é o terceiro teste que realizamos, os outros foram em 2009 e 2018, e, em todos eles, a maioria das marcas foi eliminada por apresentar as mesmas falhas, indicando que não se trata de erro pontual”, alerta.
Risco de uso
A avaria dos produtos no teste mostram que o consumidor não está seguro quando senta na cadeira, principalmente em situações de um movimento mais brusco. Os problemas identificados no critério de resistência ao impacto podem ocasionar a queda do usuário. “É perigoso. Há riscos de fraturas dos membros inferiores e superiores, bacia e espinha dorsal, além de torções, perfurações, hematomas e até mesmo a batida da cabeça do usuário no chão, na parede ou em algum móvel que esteja próximo”, explica Dino. Por conta do desempenho apresentado na etapa de segurança, as outras avaliações que o ensaio monitora não foram aplicadas.
Conforme as regras, no teste de resistência ao impacto, as cadeiras plásticas monobloco não devem apresentar nenhum tipo de avaria em superfície lisa. Para esta avaliação, a cadeira deve ser posicionada alinhando seu centro geométrico ao centro da uma base de vidro, seguindo os parâmetros:
• Cadeiras classe A (uso residencial) - o teste é realizado posicionando e mantendo em repouso uma carga de 68 kg ± 0,7 kg distante 152 mm ± 2,5 mm diretamente acima do centro geométrico do assento da cadeira.
• Cadeiras classe B (uso irrestrito) - o teste é realizado posicionando e mantendo em repouso uma carga de 68 kg ± 0,7 kg distante 203 mm ±2,5 mm diretamente acima do centro geométrico do assento da cadeira.
Em ambos os testes, a carga deve cair livremente sobre o centro da cadeira. O procedimento deve ser repetido nove vezes adicionais. Os ensaios seguiram todas as orientações legais e, diante disso, a cadeira não deveria apresentar danos e nem deformações após ou durante as simulações.
Sobre as especificações dos produtos
Hoje, as cadeiras possuem, em sua maioria,duas formas de apresentação para o consumidor - com ou sem braços. Além dessa segmentação, o mercado também traz uma classificação por utilização que pode está impressa, em baixo relevo, na parte inferior do assento.
As categorias são:
• Classe A - uso residencial
• Classe B - uso Irrestrito (utilizada em ambientes comerciais ou de circulação social)
Nos testes foram reprovados os seguintes produtos:
• Garden Life – modelo bistro, uso residencial
• JR Gold - modelo bistro, uso irrestrito
• MOR - modelo bistro, uso irrestrito
• TopPlast – modelo Bistrô Valentina, uso residencial
Conheça os critérios de resistência ao impacto
O laboratório utilizado para o teste é acreditado pelo Inmetro e os padrões considerados estão de acordo com as leis que regulamentam o produto. São elas:
• Portaria n.º 341, de 2014 – Regulamento de avaliação da conformidade para cadeira plástica monobloco.
• Norma ABNT 14776:2013 – Cadeira Plástica Monobloco – Requisitos e métodos de ensaios.
Transparência no consumo
A PROTESTE, maior associação de consumidores da América Latina, realiza teste periódicos em produtos e serviços, investido na confiança das relações de mercado e na informação como aliada das escolhas e práticas de consumo. Os produtos são comprados de forma anônima, e os laboratórios são independentes e com capacidades técnicas reconhecidas. Os testes tomam como referência normas nacionais ou estrangeiras, que melhor retratam os interesses do consumidor.
Revista PROTESTE
O associado PROTESTE confere resultado das outras marcas avaliadas no teste da cadeira plástica na Revista PROTESTE, de novembro.