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Mais do que consumidoras, desenvolvedoras de tecnologia

Startup capacita mulheres em TI e quebra estereótipo de que mulheres não são boas em matemática. Conheça a PrograMaria na Semana Mulheres PROTESTE

10 março 2020

Mais do que consumidoras, desenvolvedoras de tecnologia

Usualmente vistas como consumidoras contumazes, as mulheres ainda aparecem pouco como protagonistas na produção dos bens de consumo – embora já ocupem esse espaço há um bom tempo. Em homenagem ao Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, a PROTESTE selecionou histórias inspiradoras de mulheres que não apenas estão liderando projetos, mas criando novas estratégias na cadeia de produção e consumo.

Propositoras de inovações, elas desafiam o status quo e quebram padrões, como é o caso das criadoras da startup PrograMaria, que nasceu da inquietação sobre a falta de mulheres na tecnologia. Segundo Mariana Pezarini, Chief Operating Office (COO) da PrograMaria, as velhas máximas de que "mulheres não são boas em matemática" e que "mulher e tecnologia não combinam" nada mais são do que construções culturais. 

Maioria nas universidades, minoria na computação

"Apesar de maioria no ensino superior, as mulheres são cerca de 15% dos alunos de cursos relacionados à computação e apenas 20% do mercado brasileiro de TI. Muita gente utiliza esses dados para confirmar que as mulheres não possuem interesse nessa área, mas é preciso entender que esses dados são consequência de uma narrativa cultural: somos ensinadas desde pequenas a sermos cuidadoras e a servir, ganhamos bonecas e conjuntinho de panelas para brincar, enquanto aos homens são reservados outros brinquedos, estímulos e expectativas", afirma Mariana. 

Uma das fundadoras da startup, a jornalista Iana Chan, 31, fazia parte da estatística das mulheres que, na hora de decidir um curso universitário, deixou de optar por algo na área da tecnologia por falta de estímulo. Mas a inquietação a levou para essa área. 

"Na minha carreira como jornalista, sempre trabalhei com os desenvolvedores e percebia como a afinidade com a área permitia uma relação muito mais produtiva com eles. Logo fui alçada a gerente de projetos e comecei a sentir na pele os obstáculos de um ambiente majoritariamente masculino. Era sempre a única mulher na reunião e era comum me sentir desconfortável, não me sentia pertencente àquele mundo. Compartilhei essa inquietação com uma amiga designer e, assim, surgiu a PrograMaria", conta Iana.

Já são cinco anos de história, 16 oficinas realizadas com mais de 300 participantes e quatro edições do Curso Eu ProgrAmo, formando 115 mulheres em fundamentos de HTML, CSS e Javascript. 

Fomento à carreira 

"Dentre as formadas que decidiram seguir carreira em tecnologia, quase 80% conseguiram emprego na área, em até um ano após o curso. Em 2019, o evento PrograMaria Summit, reuniu mais de 300 mulheres e dez empresas contratantes em um dia inteiro de conteúdo e ativações para fomentar a carreira das mulheres, como rodadas de mentoria, networking, sessões de entrevistas rápidas com recrutadoras", conta Mariana. 

A capacitação em tecnologia é uma necessidade do setor, independentemente do gênero. Segundo a Brasscom, até 2024 a demanda será de 420 mil profissionais. “Na PrograMaria, temos soluções que endereçam esses desafios de atração de talentos técnicos e de diversidade.”  Quer saber mais sobre o projeto? Acesse: www.programaria.org. Acompanhe a série Semana da Mulher PROTESTE, amanhã com as idealizadoras do EcomAmor.

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