Romanzza Móveis, incompetência, desrespeito e risco para vida dos consumidores

No final de 2021 comprei móveis planejados para todo o meu apartamento, que havia acabado de ser entregue, na unidade da Romanzza Moema Select (nome fantasia da Flávia de Oliveira Comércio de Móveis EPP). A minha mudança estava agendada para meados de março de 2022, de forma que os móveis foram entregues, desmontados, em fevereiro, havendo 3 semanas para realizar a montagem (quando eles afirmavam que fariam em 1 semana). Para otimizar os trabalhos da Romanzza, programamos que os demais prestadores de serviços (pintores, eletricistas etc) priorizassem a última semana antes da mudança, de forma que a loja e seus montadores tivessem 2 semanas praticamente exclusivas para a montagem. Os problemas começaram com a displicência da empresa em mandar os montadores somente na última semana, quando tudo já deveria estar pronto, para o retorno dos demais prestadores. A montagem, que era prevista para durar 1 semana, não foi concluída nesse prazo, além de atrapalhar os demais prestadores de serviços, pois, por exemplo, é impossível fazer a pintura quando se está serrando móveis no mesmo ambiente. Realizamos a mudança, conforme havia sido planejado, afinal, não tinha como adiar, mas sem que os móveis estivessem prontos. A montagem, que, novamente, era para durar uma semana, passado um mês, ainda não havia sido concluída. Quando começamos a acompanhar a montagem, percebemos que todos os móveis tinham algum problema de fabricação. Lascas, furos, trincas, manchas de cola, mas, naquele momento, onde a sujeira era tremenda e sempre havia a desculpa de “quando ficar pronto, vai ficar tudo certo”, fomos deixando o trabalho correr para que não tivéssemos um novo atraso no cumprimento dos prazos prometidos. Acontece que alguns problemas começaram a se tornar mais visíveis e que não poderiam ser arrumados com “ajustes”, como, por exemplo, quando ficou claro que erraram na cor do acabamento de um armário, projetaram outro com armário de roupa com 45cm de profundidade, um calceiro que não cabe calças e assim por diante. Como os problemas iam se avolumando, avisamos a loja, que mandava um supervisor que somente anotava os erros mais gritantes, dizendo que os demais não davam pra ver, que iam arrumar com tapa-furo, e assim por diante. Mesmo essas “soluções” que na verdade eram mais gambiarras, não se materializaram. Então, pedimos que o dono da loja e que os responsáveis fossem até minha casa para ver os trabalhos e assim foi feito. A conversa foi super tensa, especialmente no começo, talvez se aproveitando de que, no começo, somente minha esposa estava presente, quando disseram que era melhor não arrumar nada, pois ia sair muito caro e era melhor ir pra justiça, depois, quando cheguei, começaram a barganhar que arrumariam uma estrutura se a gente concordasse em não arrumar outra e assim por diante. Nesse meio tempo mais de uma equipe de montadores foi mandada para minha casa, mas não só não terminavam a montagem (que não terminou até hoje), como causavam mais danos no que já estava montado. Pedimos uma nova reunião com a Romanzza, que foi realizada em uma loja vizinha a da Romanzza, chamada Dio Luce Iluminação (nome fantasia da E. R. B. Atacado e Varejo Eireli), que é do mesmo dono, pois ambas são representadas por Fabio, apesar de ele não constar como sócio de nenhuma das duas. Nessa nova reunião, foi exposta a insatisfação com o trabalho da Romanzza, pois a cada dia que passava, que limpávamos um móvel, uma série de novos problemas apareciam em decorrência do péssimo serviço de montagem, além de problemas conceituais do projeto. Nessa reunião, onde nenhuma proposta para resolver os problemas foi apresentada, somente afirmações genéricas, foi definido que a Romanzza encaminharia um relatório com todas as avarias até então identificadas, mas nunca mandaram. Percebendo que nenhuma solução seria dada e a cada dia um novo problema era identificado. Já esgotado com todo esse calvário, contratei um perito judicial para periciar todos os móveis da Romanzza. O resultado é um laudo pericial de 345 páginas, com mais de 1000 (mil!) fotos, apontando centenas de problemas na montagem, de projeto, de execução e de material. Os problemas vão desde coisas um pouco menores, mas na ordem de centenas, até problemas estruturais seríssimos, decorrente de um exercício de tentativa e erro no processo de montagem, que foi claramente feita por pessoas despreparadas e inaptas para o serviço, levando a um trabalho "final" que coloca em xeque a condição de novo que estes móveis deveriam ter. Exemplo disso são as centenas de furos e trincas ocultados por tapa-furos ou pedaços de fórmica, como se fossem band-aid. Em uma dada caixa de gaveta havia 15 furos desnecessários, pois o móvel claramente havia sido montado de desmontado diversas vezes, pois quem estava responsável não tinha ideia do que estava fazendo. Há ainda erros mais grotescos, como móveis fora de prumo, armários construídos fora da base e outros entregues com danos e furos na parte frontal ou mesmo suportados por calços pois não tinham estabilidade. Diante do volume avassalador de problemas, do decurso, do tempo e da incapacidade e falta de vontade de resolver os problemas, solicitei a rescisão do contrato, com a retirada do material e devolução dos valores pagos, como preconiza o CDC. Para coroar esse festival de barbaridades, uma das portas instaladas no banheiro, pesando 15 quilos e com um vidro, instalado de maneira subdimensionada, caiu espontaneamente sobre a minha filha de 7 anos, ferindo-a, conforme atesta novo laudo pericial e médico, além de quebrar as cubas e a pedra da pia. Tudo em decorrência da falta de responsabilidade da Romanzza. Atualmente, estamos em uma disputa judicial, onde a Romanzza tenta evadir-se da sua responsabilidade, mesmo depois do acidente que poderia ter sido muito mais grave, tendo como vítima uma criança, atestando incontestavelmente, todos os problemas que causaram.