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TPOC: perfeccionismo que foge ao controle

No transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva, a rigidez de atitudes e de comportamento prejudica a vida do portador e das pessoas à sua volta. Entenda suas características e saiba qual o tratamento indicado.

24 fevereiro 2014

O transtorno da personalidade obsessivo-compulsivo conhecido como TPOC, se caracteriza por uma filosofia de vida excessivamente rígida, perfeccionista e controladora, na qual o desvio de algum de seus ideais gera ansiedade, angústia e frustração.

Ao contrário do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), em que a pessoa sente crises de ansiedade ligadas a preocupações irreais tidas como ameaçadoras, mas sabe que seus rituais e pensamentos obsessivos não são normais

Nos casos de TPOC, o portador, obcecado com procedimentos para lidar com as tarefas diárias, desconhece ter um transtorno e sofre por antecipação com essas mesmas tarefas. Ele considera suas atitudes, seus pensamentos e suas emoções normais, tentando mudar os outros para se adaptarem aos seus padrões severos, considerados por ele o jeito ‘certo’.

Outras características comuns ao TPOC incluem incapacidade de mostrar empatia, devoção excessiva ao trabalho e à produtividade, em detrimento do lazer e dos relacionamentos pessoais – que sofrem com o distanciamento emocional e o controle excessivo típicos dos portadores –, além de rigidez e inflexibilidade moral e ética.

Portadores de TPOC não reconhecem transtorno

O diagnóstico é feito quando esses traços (presentes desde o início da vida adulta) impactam o cotidiano do indivíduo, seja em suas funções sociais, familiares ou de trabalho. Mas, muitas vezes, é difícil detectar os sintomas, o que é agravado pelo fato de muitos não se considerarem portadores do distúrbio e, consequentemente, acreditarem que não precisam de tratamento.

Assim, muitas vezes eles chegam ao consultório para tratar outras queixas comumente associadas ao TPOC, como ansiedade, dificuldades de relacionamento e problemas de saúde decorrentes de estresse. Para lidar com esse transtorno, cujas causas ainda não foram descobertas, é importante obter um diagnóstico precoce e tratá-lo o quanto antes.

Ao contrário do TOC, em que medicamentos antidepressivos são receitados, eles não são recomendados como a principal linha de tratamento para o TPOC. Nesse caso, a psicoterapia (e vertentes como a terapia cognitiva) obtêm os melhores resultados.

Essas técnicas ajudam a amenizar os padrões rígidos, persistentes e duradouros de pensamento e comportamento. Ao se trabalhar com um terapeuta e entender as razões que levam a essas posturas inflexíveis, a pessoa pode aprender a relaxar e a valorizar relacionamentos, lazer e família, colocando-os à frente dos normalmente privilegiados trabalho e produtividade.  

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