Notícia

Risco na publicidade de alimento infantil

Mobilização mundial pede regulamentação da propaganda destinada às crianças para protegê-las dos riscos à saúde com consumo exagerado.

10 julho 2012


A PROTESTE Associação de Consumidores está participando da campanha mundial desenvolvida pela Consumers International (CI) para que os governos dediquem maior atenção a forma como os alimentos e bebidas destinados às crianças são oferecidos no mercado de consumo.

E está pedindo ao Brasil que defenda esta posição na reunião sobre as enfermidades não transmissíveis (DCNT) da Organização das Nações Unidas (ONU), dia 19 de setembro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Para as entidades de defesa do consumidor é fundamental impor restrições à publicidade de alimentos destinados às crianças que contenham alto conteúdo de gorduras saturadas, açúcar e sal para controle dessas doenças não transmissíveis. A publicidade influencia os hábitos alimentares da população, em especial, do público infantil, que sabidamente é mais vulnerável aos apelos dos comerciais.

Consumers International que integra mais de 200 entidades de defesa do Consumidor no mundo, incluindo a PROTESTE, está preocupada em que não haja um retrocesso em relação às recomendações da Organização Mundial da saúde (OMS), de maio de 2010, em que se alertava para a responsabilidade dos governos em regulamentar a publicidade destinada ao público infantil, em especial aquelas que promovem produtos alimentícios.

A obesidade infantil já é uma realidade em nosso país e a publicidade de alimentos dirigida ao público infantil tem uma grande parcela de responsabilidade pelo sobrepeso ao influenciar as más escolhas alimentares, e estimular o consumo excessivo de alimentos industrializados não saudáveis.

Para a PROTESTE, essa faixa etária vulnerável requer proteção da publicidade abusiva e antiética para evitar doenças crônicas.

A PROTESTE solicitou ao governo federal que haja políticas públicas para a fiscalização e regularização da publicidade destinada ao público infantil, em especial àquelas que promovem produtos alimentícios, por meio de legislação específica. Na Assembleia Geral de alto nível da ONU serão estabelecidos compromissos e prioridades mundiais pelos países participantes.

A manifestação da PROTESTE foi enviada para o Ministério da Saúde, para a Secretaria de Vigilância e Saúde e para a Casa Civil. Para a Associação é preciso cuidar para que o setor privado promova seus produtos com responsabilidade e segundo normas legais, uma vez que a autorregulamentação não é capaz de proteger as crianças da influência e do incentivo ao consumo exagerado ou desregrado.

Na Assembléia das Nações Unidas de alto nível sobre as enfermidades não transmissíveis (DCNT) serão debatidas as estratégias para o combate mundial às doenças não transmissíveis, em especial as doenças cardiovasculares, enfermidades respiratórias crônicas, câncer e diabetes, ocasionadas por fatores de risco como o tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e dietas inadequadas.

Segundo dados da OMS, as DCNT causam cerca de 36 milhões de mortes, por ano, no mundo, o que representa 63,5% das causas de morte da população mundial. Muitas das mortes podem ser evitadas com políticas públicas específicas de combate aos principais fatores de desenvolvimento dessas enfermidades. Entre as medidas para combater as DCNT estão o controle mais severo do tabaco, a redução do consumo abusivo do álcool e a promoção de atividades físicas junto com uma alimentação mais saudável.

A maioria dos produtos testados pela PROTESTE e que são destinados ao público infantil, utilizam de cenário fantasioso, linguagem infantil, personagens de desenho animado e outras crianças como modelos nas embalagens, demonstrando que o objetivo das empresas é conquistar as próprias crianças, notadamente pela análise das embalagens e dos brindes oferecidos.

Entre os alimentos testados pela PROTESTE em que foram detectados excesso de sódio, destacam-se o macarrão instantâneo, que chega a ter 90% da quantidade de sódio que um adulto pode consumir por dia. O salame, cuja porção de 40 g tem 2 g de sal (5%). Os alimentos de fast food, os combos infantis chegam a ter 400% do sódio que as crianças entre um e três anos necessitam num dia. As análises feitas também demonstraram que os pratos prontos desidratados chegam a ter 42% do total de sódio que pode ser consumido no dia, por um adulto.

Mais informações à imprensa: Assessoria de Imprensa da PROTESTE 
Jornalista responsável: Vera Lúcia Ramos e Marina dos Anjos (Estagiária) 
Telefones: (11) 5085-3590 ou (21) 9419-8852 (11) 9102-3292 
E-mail:[email protected]

 

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