Pacientes com câncer poderão usar a fosfoetanolamina para tratamento da doença
Projeto de Lei que autoriza o tratamento pela Fosfoetanolamina foi aprovado na Câmara. Veja o que os testes iniciais dizem até agora sobre a eficácia da substância e saiba qual o melhor tratamento.
Após grande discussão sobre a cura do câncer por meio da fosfoetanolamina em 2015, foi aprovado na última terça-feira (22), o Projeto de Lei que autoriza pacientes com câncer a usarem a substância sintética antes de seu registro na Anvisa como forma de tratamento para a doença. A matéria segue agora para sanção presidencial.
Anvisa e entidades médicas são contra o uso da fosfoetanolamina
A Anvisa vai recomendar à presidente Dilma Rousseff o veto à fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, pois julga ser perigoso distribuir para a população uma substância que não passou pelos testes que comprovem sua segurança.
Mais recentemente, Celso Pansera (ministro da Ciência e Tecnologia) disse na última quarta-feira (30), que vai sugerir ao Congresso e à Anvisa que a fosfoetanolamina seja liberada como suplemento alimentar. Para ele, “seria uma forma de tirar essa substância do câmbio negro e dar legalidade a esse produto. Sabemos que existe um mercado subjacente”.
Segundo o ministro, o objetivo é propor uma alternativa para que a substância - que ficou conhecida como "pílula do câncer" - possa ser vendida em farmácias e lojas legalizadas, porém, sem o título de medicamento.
Testes não comprovam eficácia da substância
Na última sexta-feira (18), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou os primeiros relatórios sobre as pesquisas com a substância. O objetivo desses testes iniciais foi verificar a composição do produto e testar sua capacidade de inibir tumores em testes in vitro, ou seja, feitos com células dentro do laboratório.
De acordo com os resultados obtidos, a fostoetanolamina não é tão pura e nem tão eficaz contra células cancerígenas quanto asseguram seus criadores. Os pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Unicamp verificaram que, embora o peso declarado das cápsulas fosse de 500 mg, os testes constataram unidades com pesos variando de 233 mg a 509 mg.
O esperado era encontrar somente um componente nas cápsulas, ou seja, a fosfoetanolamina sintética. Porém, além de água, foram identificados outros cinco componentes presentes nas pílulas. Por fim, os testes também constataram que a fosfoetanolamina não demonstrou atividade contra células tumorais, em experimentos realizados in vitro. E também se mostrou muito menos potente que os medicamentos antitumorais já disponíveis como: cisplatina e gencitabina.
Como pacientes com câncer devem se tratar
Enquanto não há um parecer definitivo quanto à eficácia e segurança desta substância, o ideal é que os pacientes com câncer:
- Não abandonem seu tratamento tradicional;
- Conversem com seu oncologista sobre a fosfoetanolamina;
- Busquem sempre a melhor fonte de informação de qualidade;
- Sempre que optarem por um tratamento complementar, não escondam do seu oncologista.
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