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Pacientes com câncer poderão usar a fosfoetanolamina para tratamento da doença

Projeto de Lei que autoriza o tratamento pela Fosfoetanolamina foi aprovado na Câmara. Veja o que os testes iniciais dizem até agora sobre a eficácia da substância e saiba qual o melhor  tratamento.

31 março 2016



Após grande discussão sobre a cura do câncer por meio da fosfoetanolamina em 2015, foi aprovado na última terça-feira (22), o Projeto de Lei que autoriza pacientes com câncer a usarem a substância sintética antes de seu registro na Anvisa como forma de tratamento para a doença. A matéria segue agora para sanção presidencial. 

Conforme o texto do projeto, o paciente deve apresentar laudo médico que comprove o diagnóstico e assinar termo de consentimento e responsabilidade. O uso da substância é definido como de relevância pública. O projeto autoriza produção, importação, prescrição, posse ou uso da substância independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca do produto.

Anvisa e entidades médicas são contra o uso da fosfoetanolamina

A Anvisa vai recomendar à presidente Dilma Rousseff o veto à fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, pois julga ser perigoso distribuir para a população uma substância que não passou pelos testes que comprovem sua segurança

Entidades médicas também se manifestaram contra o projeto de lei, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB). 


Ministro propõe comercializar substância como suplemento alimentar 

Mais recentemente, Celso Pansera (ministro da Ciência e Tecnologia) disse na última quarta-feira (30), que vai sugerir ao Congresso e à Anvisa que a fosfoetanolamina seja liberada como suplemento alimentar. Para ele, “seria uma forma de tirar essa substância do câmbio negro e dar legalidade a esse produto. Sabemos que existe um mercado subjacente”

Segundo o ministro, o objetivo é propor uma alternativa para que a substância - que ficou conhecida como "pílula do câncer" - possa ser vendida em farmácias e lojas legalizadas, porém, sem o título de medicamento.

A distribuição ocorreria antes mesmo do término das pesquisas clínicas e pré-clínicas (em humanos e em animais), etapas que são consideradas fundamentais para comprovação da eficácia e segurança do produto contra o câncer. O ministro porém, disse que a decisão tem base no resultado dos primeiros estudos feitos com a substância, onde foi monstrado que ela não é tóxica aos seres humanos.
 


Testes não comprovam eficácia da substância


Na última sexta-feira (18), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou os primeiros relatórios sobre as pesquisas com a substância. O objetivo desses testes iniciais foi verificar a composição do produto e testar sua capacidade de inibir tumores em testes in vitro, ou seja, feitos com células dentro do laboratório. 


De acordo com os resultados obtidos, a fostoetanolamina não é tão pura e nem tão eficaz contra células cancerígenas quanto asseguram seus criadores.  Os pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Unicamp verificaram que, embora o peso declarado das cápsulas fosse de 500 mg, os testes constataram unidades com pesos variando de 233 mg a 509 mg. 


O esperado era encontrar somente um componente nas cápsulas, ou seja, a fosfoetanolamina sintética. Porém, além de água, foram identificados outros cinco componentes presentes nas pílulas. Por fim, os testes também constataram que a fosfoetanolamina não demonstrou atividade contra células tumorais, em experimentos realizados in vitro.  E também se mostrou muito menos potente que os medicamentos antitumorais já disponíveis como: cisplatina e gencitabina. 


Como pacientes com câncer devem se tratar

Enquanto não há um parecer definitivo quanto à eficácia e segurança desta substância, o ideal é que os pacientes com câncer: 


  • Não abandonem seu tratamento tradicional;
  • Conversem com seu oncologista sobre a fosfoetanolamina;
  • Busquem sempre a melhor fonte de informação de qualidade;
  • Sempre que optarem por um tratamento complementar, não escondam do seu oncologista.


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