PROTESTE questiona indicações na ANS
Ligação de maioria de diretores com operadoras de planos de saúde pode prejudicar o consumidor.
A PROTESTE Associação de Consumidores enviou ofício ao presidente e aos integrantes da Comissão de Assuntos Sociais do Senado para que rejeitem as indicações de Leandro Reis Tavares e Maurício Ceschin para cargos de diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A escolha dos nomes foi formalizada na edição de 9 de outubro do Diário Oficial. “Será danoso para o consumidor um agência ter 3 dos 5 dirigentes ligados a planos de saúde”, observa Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação.
Na avaliação da PROTESTE a qualificação técnica é que deveria prevalecer na indicação para evitar conflito de interesses. “ É preocupante a Agência contar em sua diretoria com maioria de pessoas ligadas às empresas”. Os dois indicados serão sabatinados pela Comissão e depois haverá votação no Plenário, antes de ir à sanção presidencial.
Hoje, um dos diretores, Alfredo Luiz de Almeida, que ocupa o cargo há cinco anos, é oriundo da diretoriada Amil, uma das maiores empresas privadas de planos de saúde, e foi proprietário de uma empresa de consultoria para essas operadoras.
A ANS regula a relação entre prestadoras de saúde suplementar e consumidores, acompanha a saúde financeira das empresas, fusões, aquisições e promove o interesse público nesta área. Uma questão polêmica por exemplo é o ressarcimento ao Sistema Único de Saúde por atendimentos prestados a usuários de planos de saúde.Quando foram feitas as indicações pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a PROTESTE já havia enviado ofício pedindo para reavaliar a decisão.
Ceschin trabalhou na Medial e na Qualicorp - empresa que faz a intermediação entre operadoras de planos de saúde e sindicatos. Reis Tavares foi chefe médico da Amil Resgate Saúde entre 2006 e 2007.Ceschin já trabalhou na direção do Hospital Sírio Libanês. Atualmente Reis Tavares já atua como assessor da ANS.