PROTESTE critica prorrogação de multa da água em SP
A PROTESTE também é contra a nova meta de economia de água, que dificulta a obtenção de desconto para quem reduz consumo.
A PROTESTE critica a prorrogação de cobrança da sobretaxa da água em São Paulo e o novo cálculo para concessão de bônus, que deve penalizar ainda mais o consumidor, que já sofre com a crise no abastecimento de água.
"Os custos da crise hídrica não podem ser repassados ao consumidor. A Sabesp não pode querer repassar, com aval da Arsesp, suas perdas por má administração dificultando o acesso da população ao bônus, que já faz a sua parte reduzindo o consumo", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da PROTESTE.
No entendimento da Associação, a aplicação da sobretaxa não tem mais justificativa se já não é mais necessário utilizar o volume morto (com captação por bombas abaixo do nível), porque as chuvas regularizaram e está aumentando o volume de armazenamento das represas que abastecem o Estado.
No último dia 24, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) aceitou o pedido da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e alterou o cálculo para obtenção de bônus na conta de água.
A redução do faturamento foi a justificativa da empresa para alterar o programa. Além de prorrogar até o fim de 2016 a aplicação de multa para os consumidores que excederem as médias de consumo registradas entre 2013 e 2014.
Para concessão do bônus, será considerada a média de consumo atual, multiplicada por 0,78. A nova regra começa a valer a partir de 1º de fevereiro de 2016. As faixas de bonificação de 10%, 20% e 30% serão mantidas. Ou seja, quem reduz o consumo em 20% ou mais recebe desconto de 30%, entre 15% e 20%, desconto de 20%; e entre 10% e 15%, desconto de 10% na conta. Não há qualquer modificação com relação ao cálculo da tarifa de contingência.
A cobrança de multa para os casos de consumo de água além da média vem ocorrendo desde fevereiro. Como o sistema de captação do Cantareira pode voltar a operar sem a dependência do volume morto, a PROTESTE enviou ofício no último dia 8, para o governador Geraldo Alckmin, com cópias para a Arsesp e a Sabesp, questionando sobre o prazo em que continuará a ser cobrada multa.
O número de reclamações de consumidores à Sabesp mais do que dobrou desde a implantação da sobretaxa. Nos oito meses posteriores à medida (março a outubro de 2015), houve 64.493 reclamações só em São Paulo. E nos oito meses anteriores à adoção da medida, foram registradas 30.931 queixas na cidade de São Paulo. Os dados foram obtidos por meio de parceria entre a PROTESTE e o site de jornalismo de dados Fiquem Sabendo, via Lei de Acesso à Informação.
A tarifa de contingência é aplicada ao usuário cujo consumo mensal ultrapassa a média apurada entre os meses de fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. É cobrado 40% de acréscimo sobre o valor de consumo de água encanada, aplicável a quem excede a média em até 20%. E 100% de acréscimo sobre o valor de consumo de água encanada, aplicável a quem exceder a mais de 20% da média.
A medida foi tomada quando os reservatórios de água que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo atingiram níveis críticos, exigindo medidas para restringir o consumo e o desperdício.
Estão sujeitos à tarifa de contingência todos os usuários dos municípios em que a regulação e fiscalização dos serviços de saneamento são de competência da Arsesp e que estão incluídos no Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água da Sabesp, que são:
- São Paulo,
- Arujá,
- Barueri,
- Biritiba-Mirim,
- Caieiras,
- Cajamar,
- Carapicuíba,
- Cotia,
- Diadema,
- Embu das Artes,
- Embu-Guaçu,
- Ferraz de Vasconcelos,
- Francisco Morato,
- Franco da Rocha,
- Itapecerica da Serra,
- Itapevi,
- Itaquaquecetuba,
- Jandira,
- Mairiporã,
- Mogi das Cruzes (bairro Divisa),
- Osasco,
- Pirapora do Bom Jesus,
- Poá,
- Ribeirão Pires,
- Rio Grande da Serra,
- Salesópolis,
- Santana de Parnaíba,
- São Bernardo do Campo,
- Suzano,
- Taboão da Serra,
- Vargem Grande Paulista.
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