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Alimentos
Rótulo vai alertar sobre ingredientes alergênicos
16 jun 2014Até o dia 16 de agosto próximo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai aceitar sugestões à proposta de nova norma para a rotulagem de alergênicos. A PROTESTE Associação de Consumidores enviará contribuições, pois avalia que a medida é essencial para garantir a saúde do consumidor alérgico a determinados alimentos que contêm ingredientes capazes de provocar alergia.
Entre as chamadas substâncias alergênicas a serem listadas nas embalagens dos produtos estão: cereais com glúten, crustáceos, ovo, peixe e amendoim; o leite, a soja, castanhas em geral, nozes e os sulfitos (presentes no vinho). Alimentos que contenham traços ou derivados desses ingredientes também deverão mostrar o aviso em seus rótulos.
Após a decisão final da agência, as indústrias terão prazo de um ano para adequação às novas regras. A proposta de nova norma para a rotulagem de alergênicos está disponível no portal da Anvisa e as sugestões deverão ser enviadas eletronicamente por meio do preenchimento de formulário específico.
A informação clara no rótulo vai melhorar muito a segurança alimentar e a vida de muitas famílias, avaliam os integrantes da campanha "Põe no Rótulo", apoiada pela PROTESTE, e que foi criada no Facebook em fevereiro, por mães cujos filhos têm alergia alimentar.
A mobilização surgiu a partir da troca de informações online de mais de 700 mães. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre os riscos que a falta de informações nos rótulos podem trazer para as pessoas que têm alergia. Dependendo do grau de sensibilidade, o alérgico pode ter choque anafilático, fechamento da glote, além de outras reações graves que podem levar à morte. Em quatro meses de campanha, o #poenorotulo já tem 61 mil curtidas. No Brasil, 8% das crianças têm alergia alimentar, segundo estimativa da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
A Anvisa reconhece que a atual rotulagem de produtos muitas vezes não traz a informação clara de quais substâncias alergênicas estão contidas no alimento, já que muitos rótulos contêm termos que não são conhecidos pela população. Palavras como caseína e albumina, embora corretas do ponto de vista técnico, não informam claramente ao consumidor que esses ingredientes são derivados do leite e do ovo, respectivamente. Nos Estados Unidos, as indústrias são obrigadas a prestar esse tipo de informação desde 2006, na União Europeia, Austrália e Nova Zelândia, desde 2003, e no Canadá, desde 2011.