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PROTESTE finalmente publica o teste que foi proibido e revela: os estabilizadores não honram o seu

01 set 2005
Alguns aparelhos não controlam as variações da tensão como deveriam e ainda são inseguros.
A edição de setembro da PROTESTE (nº.40) traz finalmente o teste comparativo cuja publicação foi proibida dois meses atrás pela Justiça: estabilizadores de tensão. Depois de responder na Justiça a três processos de fabricantes, a PROTESTE revela aos consumidores o que apurou após testar treze produtos de sete marcas: quase todos os equipamentos não desempenham com eficácia a função a que se destinam, ou seja, não corrigem as variações de tensão. E apenas um produto não tem problemas de segurança.

Na avaliação de desempenho, em que se observou se os aparelhos estabilizam mesmo a tensão que chega da rede elétrica, quatro marcas não conseguiram cumprir essa tarefa: APC Line-R, Force Line Evo II, BMI Microline 2 e SMS Revolution II. O teste apurou também que o Enermax Exxa e o Force Line Evo II não suportam um surto oriundo da linha telefônica, embora anunciem oferecer essa proteção.

Mas o pior foi verificado nos ensaios de segurança. Seis das sete marcas sujeitam o consumidor ao risco de sofrer um choque elétrico, seja pelo simples ato de trocar o fusível, seja pela possibilidade de inserir parcialmente um plugue nas tomadas. Por isso, todos os estabilizadores, com exceção do Line-R, foram eliminados do teste.

Como faz em todos os seus testes comparativos, a PROTESTE informou a todos os fabricantes o que foi apurado no laboratório com seus respectivos produtos. O desdobramento desses resultados foi a abertura de três processos contra a PROTESTE, todos ajuizados em seqüência por fabricantes que pleiteavam a suspensão da publicação do teste. Em duas dessas ações, ajuizadas pela Force Line e pela SMS, a Justiça negou as pretensões dos fabricantes; em outra, concedeu uma liminar proibindo a divulgação do nome dessa empresa. Por isso, como ainda está pendente, neste caso, um recurso da PROTESTE, o artigo publicado na PROTESTE n o. 40 traz rasuradas todas as menções feitas ao produto cujos resultados estão proibidos de ser divulgados.

Nessa ação, o juiz determinou que a PROTESTE se abstivesse de divulgar os resultados desse produto até que fosse feita uma contraprova na presença do fabricante. E essa foi a grande surpresa da decisão judicial. Isso porque toda vez que, no laboratório, é encontrada uma falha num produto, faz-se a seguir um exame de contraprova, como aconteceu neste teste. Mas nenhum desses exames é feito na presença do fabricante, por questões de independência. O laboratório contratado é credenciado pelo Inmetro para os ensaios, e assim é considerado isento de interesses. Essas diretrizes são adotadas nos testes comparativos promovidos em todo o mundo por associações como a PROTESTE, e seguem as determinações de uma norma ISO internacional (a ISO Guide 46:1985).

O Inmetro admitiu, em carta enviada à PROTESTE, que o programa de avaliação da conformidade dos estabilizadores “tem apresentado deficiências”, que se devem, em parte, a ambigüidades da norma técnica. Por isso, a entidade diz estar providenciando alterações no regulamento – uma medida que a PROTESTE reivindica para já. Enquanto os produtos e a norma não são revistos, enquanto alguns fabricantes preferem brigar com a PROTESTE na Justiça, o consumidor fica abandonado à própria sorte e à mercê das variações da rede da concessionária de energia.

Marcas avaliadas – APC, BMI, Enermax, Forceline, SMS, TS Shara e uma sétima cuja divulgação está proibida pela Justiça.