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Time sharing pode ser uma furada

02 out 2006
Férias garantidas em grandes resorts parecem um bom investimento, mas pode haver problemas.

Time sharing (ou "tempo compartilhado) é uma forma de vender pacotes turísticos para o mundo inteiro, que já é comum em países europeus e cresce no Brasil. Nesse sistema, você adquire períodos determinados de tempo para desfrutar em hotéis, pousadas, condomínios e resorts, além de eventuais benefícios, como descontos em restaurantes. Tudo parece bonito no discurso, mas você deve ficar atento para não cair em golpes. Como o time sharing possui problemas em sua administração e, até mesmo, em sua regulamentação ou fiscalização no país, a PRO TESTE apontou os principais problemas, cuidados e soluções. O tema é capa da Dinheiro & Direitos nº 4 (out/nov-06).

Para avaliar se o time sharing é interessante, deve-se comparar o custo desse sistema com a compra de um imóvel para veraneio ou com a estadia tradicional em hotéis. Às vezes, mesmo para uso de apenas uma semana por ano, o valor de aquisição do título de time sharing pode chegar ao de um imóvel, dependendo da localização e do tamanho. Comparar com estadias em hotéis é mais objetivo e a PRO TESTE fez isso. A conclusão foi que o retorno só é obtido após muitos anos.

Um golpe comum é a venda de títulos com promessa de lucro na revenda. No caso, um comerciante oferece títulos de time sharing como se fosse um grande negócio para ganhar dinheiro fácil e rápido. Esses "profissionais" afirmam que os títulos sofrem alta valorização no mercado imobiliário e, posteriormente, é possível revendê-los, inclusive para a própria empresa que o vendeu, lucrando milhões. Só que a empresa não recompra os títulos, muito menos por valores mais altos. Eles nem informam que se deve pagar uma taxa de manutenção anual e uma taxa de intercâmbio se desejar utilizar os serviços de hotéis fora da rede ou no exterior. Ou seja: o consumidor não consegue obter o lucro prometido e ainda assume um custo que não tinha previsto.

Outro golpe comum é a comercialização de temporadas em um empreendimento que não existe. Os estelionatários se apresentam como investidores do mercado imobiliário e organizam um evento de vendas num hotel luxuoso. Na maioria das vezes, mostram um resort com parque aquático, restaurantes, vasta área de lazer e outras maravilhas. Oferecem os títulos por valores variados e garantem a entrega do imóvel. O problema é que o empreendimento nunca sai do papel, isto é, o título não vale nada.

A forma de abordagem no momento das vendas também pode ser um problema. Se não é em eventos chiques num hotel luxuoso, os vendedores aproveitam para abordar turistas que estejam de férias, em momentos de descontração. Envolvem os turistas num clima de euforia, oferecendo cortesias e brindes. Para um turista que está vulnerável, encantado com suas férias, o momento não é adequado para pensar em negócios, ler contratos ou calcular se o custo cabe no orçamento.