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Campanha para uso correto da mochila
29 jul 2010A PROTESTE Associação de Consumidores e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) estão promovendo campanha de orientação para o uso adequado da mochila pelos estudantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, este é um dos motivos que levam 85% da população mundial a sofrer dor nas costas.
A campanha inclui distribuição de material informativo no comércio, em São Paulo. Posteriormente, as sociedades estaduais de Ortopedia organizarão reuniões de pais e mestres em escolas de todos os Estados, para dar orientação específica e esclarecer dúvidas.
A PROTESTE já fez testes comparativos que detectaram estudantes de sete anos carregando mochilas com 15% do peso da criança. Em um caso extremo, de uma menina de nove anos, a mochila pesava mais de 17% do peso corporal. O pior, diz a coordenadora da PROTESTE, Maria Inês Dolci, “é que um terço do peso correspondia a brinquedos que os pais deveriam ter orientado a estudante a não levar para a escola”.
O presidente da SBOT, Claudio Santili, explica que os ortopedistas não são contra o uso da mochila, mas sim contra o excesso de peso e a forma inadequada de carregá-la. Isso pode provocar problemas da coluna que não são percebidos de imediato, mas cujo efeito cumulativo aparecerá quando o estudante for adulto.
Cuidados básicos
O ortopedista Miguel Akkari do Comitê de Ortopedia Pediátrica da SBOT diz que os fôlderes distribuídos, informam os cuidados básicos para o uso adequado da mochila:
- A criança não pode carregar na mochila mais do que 10% de seu peso;
- Nunca carregá-la com apenas uma das tiras passada pelos ombros, pois isso pode provocar escoliose;
- As tiras devem ser tensionadas para que a mochila fique bem junto ao corpo, e cinco centímetros acima da linha da cintura.
Para o presidente da SBOT o problema da mochila tem várias facetas, pois falta regulamentação sobre o assunto, sendo necessário levar em conta o peso dos livros, uma vez que o estudante carrega diariamente vários volumes para acompanhar as aulas. “O que é incrível é que os estudantes universitários, cujo corpo já está formado, carregam menos livros que os do primeiro grau”, afirma Santili. As editoras também deveriam ser preocupar com o peso final dos livros que produzem ou a instituição de fichários.
A coordenadora institucional da PROTESTE corrobora a afirmação. Lembra que, na França, por exemplo, as editoras usam papel de menor gramatura para os livros escolares, para que sejam mais leves.
Ela defende ampla discussão do tema, pois tanto é necessário que os pais verifiquem se o peso que a criança carrega não é excessivo, como é preciso pensar em soluções alternativas. O armário para deixar os livros na escola é uma delas, comum nos Estados Unidos, ou a maleta com rodinhas, para ser puxada e não carregada.
Claudio Santili insiste que a conscientização dos pais é fundamental, pois há uma grande diferença entre os efeitos nefastos de uma mochila pesada se carregada por um estudante que desce do ônibus escolar praticamente dentro da escola, e daquele que, morando em local mais distante, carrega-a por longos percursos a pé.