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Iphone 4: entenda o defeito da antena

09 ago 2010
Se você segurar o aparelho com dois dedos ou com a palma da mão, pode haver perda de sinal em até 90%.

O defeito da antena do iPhone 4, que faz a recepção do aparelho variar muito dependendo de como ele é segurado na mão, foi finalmente admitido pela Apple. Steve Jobs, um dos responsáveis pela popularização dos microcomputadores, criador de produtos como Mac, iPod e iPhone, acabou admitindo que existem problemas com o celular iPhone 4. E para evitar dificuldades de recepção provocadas pela manipulação do produto, a Apple anunciou que os usuários receberão uma capa que evitará o contato direto com a antena do aparelho. E os consumidores que já haviam comprado a capa serão reembolsados.

A PROTESTE foi investigar o problema do defeito e traz para você mais detalhes:

Como funcionam as antenas do celular

Em todo celular GSM, encontra-se uma antena que é capaz de capturar o que o interlocutor fala e o poder de retornar a voz. Com o tempo, os componentes eletrônicos se tornaram mais compactos e a antena foi integrada dentro da carcaça do aparelho.

No caso do iPhone 4, a Apple diminuiu ao máximo a espessura do aparelho e colocou a antena na parte de fora, no metal. Com isso, as bordas de metal do aparelho são de fato a antena.

Como a borda do aparelho é a antena, muitos usuários relataram que o desempenho dos seu iPhones caía muito dependendo do jeito que o telefone era usado. Segurando o aparelho com dois dedos ou com a palma da mão, a qualidade da recepção e o número de barras que são mostradas no visor diminuem. Se esse problema ocorre em todo celular GSM ele parece muito mais evidente e importante no iPhone 4.

Se não houver contato com as antenas não há queda de sinal, porém é quase impossível manusear o aparelho sem tocar nas bordas. Logo que toca-se a antena, mede-se uma queda grande de sinal enviado que, em alguns casos, é superior a 90% - comportamento inaceitável para um celular. Por isso, a Apple produziu uma capa protetora que reduz um pouco o problema da recepção do sinal. Porém, esta é uma solução paliativa.

Recall

No Brasil entendemos ser inadmissível que esses aparelhos cheguem com problemas. Por isso, a PROTESTE entende que o iPhone 4 deve chegar ao Brasil com o problema solucionado, pois a capa oferecida pela Apple, segundo nossa análise, não resolve totalmente o problema. Entendemos que cabe à Apple fazer um recall para resolver a questão da antena de forma definitiva. Assim os consumidores terão acesso ao produto em plenas condições de uso, não só no Brasil – onde o lançamento foi adiado – como também em outros países onde o aparelho já é comercializado.

Reparos durante e após a garantia ainda geram polêmica

Como a Apple não comercializa diretamente o iPhone 4 no Brasil (e sim por meio de acordo firmado com as empresas de telefonia celular Oi, Claro, Vivo e TIM), a PROTESTE entende que cabe, no caso de aparelhos importados e que necessitam de reparos antes e depois do prazo de garantia, que a Apple – por meio do seu representante legal no Brasil – assuma a responsabilidade pela assistência técnica, dando solução ao problema. Ou seja, é imprescindível que o representante do fabricante no Brasil se responsabilize pela comercialização do produto, ao invés de repassar essa responsabilidade para as operadoras de celulares.

Em seu site o responsável legal pela empresa direciona o consumidor para a operadora de celular (que fez a venda) caso tenha problemas, o que não condiz com o CDC, que em seu artigo 32, determina que "os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei".

Já há precedentes na Justiça para a responsabilização do fabricante no caso de aparelhos importados. Há alguns anos, o STJ determinou que a representante de uma marca no Brasil era responsável pelo reparo ao consumidor que havia adquirido um produto importado (o consumidor havia comprado o produto fora do país, mas pelo fato da marca estar presente no Brasil, esperava que o representante brasileiro assumisse o reparo do seu aparelho). O entendimento do STJ é que não há como dissociar a imagem da marca presente no Brasil da marca mundialmente conhecida – afinal, o consumidor adquire produtos dessas marcas contando com a responsabilidade do fabricante em caso de problemas.

Enquanto esse impasse não se resolve, o consumidor deve avaliar bem o custo-benefício da compra. Se detectar um problema de funcionamento em seu iPhone, deverá levar o aparelho e a nota fiscal original ao local da compra, que verificará se há falha técnica ou evidências de mau uso. Caso o aparelho esteja sob as condições de garantia, é prontamente trocado pela operadora. Caso contrário, a operadora oferece aos consumidores, mediante pagamento de um valor correspondente, o conserto do problema.