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Anvisa proíbe Bisfenol A em mamadeiras
20 set 2011A partir de 16 de dezembro de 2011 as mamadeiras comercializadas no Brasil não poderão mais conter a substância bisfenol A (BPA), comum em artigos de plástico rígido transparente e considerada tóxica. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) baseada em estudos recentes que apontam riscos à saúde decorrentes da exposição à substância. Foi dado prazo de 90 dias para os produtos saírem do mercado.
A PROTESTE Associação de Consumidores divulgou um teste de qualidade com sete marcas de mamadeiras mais vendidas no Brasil, em outubro de 2009. Não se constatou a migração de substâncias químicas como o bisfenol do plástico para o líquido, nas garrafas. Foram avaliados os bicos, a resistência dos produtos e a migração de substâncias químicas, como o bisfenol A, do plástico para o líquido.
O bisfenol é um composto usado para fazer plásticos rígidos e transparentes destinados a embalagens para alimentos. Como as ligações químicas são instáveis, podem se desprender do plástico quando o recipiente é aquecido ou congelado, contaminando o alimento. Ou seja, aquecer ou congelar o plástico acelera o desprendimento de moléculas de BPA. O fato de as mamadeiras poderem ser usadas para aquecer o leite, aumenta ainda mais a liberação do BPA para o alimento.
A substância ao ser liberada agiria como estrogênio sintético. Por isso, a parte mais afetada do corpo humano seria o sistema reprodutor. A liberação da substância é suspeita de limitar a ação de hormônio feminino e causar puberdade precoce e obesidade.
Bebês com menos de um ano são mais vulneráveis. Segundo a Vigilância Sanitária, apesar de não haver resultados conclusivos sobre o risco da substância, a proibição visa a proteger crianças com até 12 meses de idade.No ano passado a Sociedade Brasileira de Endocrinologia iniciou uma campanha pelo banimento do produto no País.
O uso da substância já é proibido na Comunidade Europeia e em alguns países como Canadá, China, Estados Unidos (alguns Estados), Costa Rica de Dinamarca.
O principal substituto do plástico policarbonato, que contém o BPA, é o polipropileno. Segundo a Anvisa, a maioria das mamadeiras de plástico no país são de policarbonato.
As três mamadeiras testadas e melhor avaliadas pela PROTESTE podem ser opção: Nuk Mamadeira Bico ortodôntico; Lillo Amiguinhos ortodôntico, e Kuka Color Plus ortodôntico. Na avaliação de segurança química das garrafas a PROTESTE procurou se havia ftalato e bisfenol A, nitrosaminas e precursores nitrosáveis.
E na avaliação de segurança química dos bicos checou a presença de compostos voláteis e verificou se houve migração de alguma substância para o líquido (teste de migração global), e procurou por ftalato e traços de nitrosamina e precursores nitrosáveis.
Na análise dos bicos, foram encontrados alguns problemas. As marcas Kuka, Mam e Ninet apresentaram concentrações elevadas de compostos voláteis. Porém, se o bico é esterilizado antes do primeiro uso, esses compostos desaparecem. Por isso, elas foram consideradas aceitáveis.
A medida da Anvisa deixou de fora da proibição outros utensílios de plásticos usados por crianças pequenas, como copos, pratos e colheres. A Agência informou que a proibição da substância em outros produtos infantis está sendo discutida com os demais países do Mercosul, por iniciativa do Brasil.
Produtos plásticos podem ter números na parte inferior que representam sua composição: 3 e 7 se referem ao bisfenol. Evite aquecer ou congelar comida em itens plásticos que tenham essa composição.