A partir de Proteste Gostaríamos de informar que o nosso website utiliza os seus próprios e Cookies de Terceiros para medir e analisar a navegação dos nossos usuários, a fim de fornecer produtos e serviços de seu interesse. Ao utilizar o nosso website você aceita desta Política e consentimento para o uso de cookies. Você pode alterar as configurações ou obter mais informações em aqui.

Novo acordo para menos sódio em alimentos

29 ago 2012
Indústria se comprometeu a reduzir teor da substância na margarina, temperos prontos e cereal. PROTESTE acha meta tímida e pede prazo menor.

Na terceira rodada de acordos voluntários com a indústria para a redução do sódio, substância associada a doenças cardíacas e dos rins, foram incluídos o teor de sódio nas margarinas, nos cereais matinais e nos temperos prontos usados no preparo da comida. As reduções propostas, escalonadas para 2013 e 2015, variam de 1,3% ao ano (para temperos à base de alho e cebola para arroz) até 19% ao ano (margarinas vegetais).

A PROTESTE Associação de Consumidores já enviou ofício ao Ministério da Saúde, em março último, pedindo prazos mais curtos para a redução do teor de sódio nos produtos alimentícios industrializados e dentro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E avalia que o acordo do governo com a indústria foi tímido. Para cumprir a meta há produto que até poderá aumentar o teor de sal hoje utilizado.

Em avaliação feita com 14 marcas de molhos para salada rosé e à base de queijo a PROTESTE Associação de Consumidores, constatou que 12 têm altos teores de sódio. Alguns dos molhos prontos trazem além de muito sódio também gordura em sua composição. Os resultados estão na revista ProTeste de setembro.

A PROTESTE se preocupa em apurar a quantidade de sódio presente nos produtos, já que o seu consumo excessivo causa sérios riscos à saúde. A avaliação quanto ao teor de sódio foi pior entre os molhos à base de queijo, em que as marcas Master Foods e Bom Preço obtiveram avaliação ruim, e as outras cinco foram pontuadas como fracas. Apenas uma marca de molho rosé, foi avaliada como boa (Bom Preço) e uma aceitável, (Liza). As outras cinco marcas não passaram de fracas.

As marcas avaliadas foram: Castelo; Liza; Kenko; Hellmann's; Master Foods; Carrefour e Bom Preço. Nenhum molho testado trazia microorganismos que indicassem contaminação ou má conservação.

Acordo entre o governo e fabricantes prevê a redução gradual de sódio em alimentos processados, mas os valores pactuados estão abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde que é de 5g/pessoa/dia de sal. Esse teor só será atingido até o ano de 2020, o que corresponde a 2g de sódio. Assim, não se espera em médio prazo, um resultado impactante na saúde pública, que deveria ser o objetivo deste acordo.

Em 2011, foram assinados dois termos para massa instantânea, pão francês, pão de forma, bisnaga, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata frita e maionese.

Enquanto os primeiros miravam alimentos consumidos por crianças e jovens, este tem foco maior nas refeições familiares e em restaurantes. A próxima rodada de acordos deve valer para laticínios e comidas prontas.

Firmado com base nos teores máximos de sódio dos produtos já presentes no mercado, o acordo fixou meta acima da média hoje encontrada para esses alimentos. Por exemplo, para a batata frita a média hoje é de 456 mg de sódio por 100g de produto, e o pacto fixou em 529 mg por 100g até 2014. Ou seja, boa parte das empresas já segue as metas propostas e os teores fixados em acordo ainda são considerados altos.

A PROTESTE vem alertando os consumidores brasileiros e atuando junto ao governo e fabricantes há dez anos, para que haja redução do teor de sódio e menor consumo desse mineral.

Na última avaliação que fez com 154 produtos, como pães, biscoitos, embutidos, conservas e pizzas congeladas, no final de 2011, a Associação constatou que quase metade desses itens possui altas quantidades de sódio e apenas dois apresentam baixos teores.

Por meio dos testes e artigos informativos nas revistas que edita, a PROTESTE tem se empenhado para que haja maior fiscalização sobre a indústria alimentícia para que disponibilize produtos com valores reduzidos desse mineral. Também tem participado dos Seminários sobre Redução do Consumo de Sódio no Brasil promovidos pelo Ministério da Saúde com foco na redução gradual e sustentável do consumo de sal na dieta.

Todos os anos, 315 mil brasileiros morrem em decorrência de doenças cardiovasculares, que têm a hipertensão como um dos principais fatores de risco. A redução do consumo de sódio no Brasil ajudaria na redução de doenças crônicas, como hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Estima-se que o consumo de 5 gramas diárias de sal significaria queda de 6% a 14% na mortalidade por derrame e de 4% a 9% na mortalidade por enfarte.