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Novo acordo para redução de sódio em alimentos
05 nov 2013O novo acordo assinado hoje pelo governo com a indústria alimentícia que prevê a redução da quantidade de sódio nos alimentos industrializados é tímido, avalia a PROTESTE Associação de Consumidores. Os valores acertados no termo estão muito próximos dos teores já encontrados atualmente, e apenas produtos com níveis muito acima da média é que terão uma redução significativa. Assim, não se espera em médio prazo, um resultado impactante na saúde pública, que deveria ser o objetivo deste acordo.
A PROTESTE se preocupa em apurar os níveis de sódio presentes nos produtos, já que seu consumo excessivo causa sérios riscos à saúde. E o excesso tem sido um problema recorrente nos testes alimentares feitos pela associação. Na última avaliação que fez com 154 produtos, como pães, biscoitos, embutidos, conservas e pizzas congeladas, no final de 2011, foi constatado que quase metade dos itens continha altas quantidades de sódio e apenas dois apresentam baixos teores.
Na lista dos alimentos que englobam este novo acordo estão o requeijão cremoso, sopa instantânea, sopa pronta para consumo e cozimento, queijo mussarela, empanados, hambúrguer, presunto embutido, linguiça frescal, linguiça cozida a temperatura ambiente e mantida sob refrigeração, salsicha e mortadela mantida sob temperatura ambiente e sob refrigeração.
Nos acordos anteriores, tiveram a quantidade de sódio reduzida: pão de forma, pão francês, macarrão instantâneo, batata frita, maionese, mistura para bolos, salgadinhos de milho, biscoito recheado, margarina, cereais matinais e temperos para massa e arroz.
A PROTESTE vem atuando junto ao governo e fabricantes há doze anos, para que haja redução do teor de sódio dos alimentos, cobrando maior fiscalização sobre a indústria alimentícia, além de participar de seminários sobre redução do consumo de sódio no Brasil, com foco na redução gradual e sustentável.
Todos os anos, 315 mil brasileiros morrem em decorrência de doenças cardiovasculares, que têm a hipertensão como um dos principais fatores de risco. A redução do consumo de sódio no Brasil ajudaria na redução de doenças crônicas, como hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Estima-se que o consumo de 5 gramas diárias de sal significaria queda de 6% a 14% na mortalidade por derrame e de 4% a 9% na mortalidade por infarto.