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PROTESTE dá dicas na compra de imóveis em feirão
02 mai 2013Como a aquisição de um imóvel implica em dívida de longo prazo, a PROTESTE Associação de Consumidores alerta para cautela antes de fechar negócio, em feirões de imóveis como o que inicia nesta sexta-feira (3), e se estende até 16 de junho, promovido pela Caixa Econômica Federal.
Até o dia 16 de junho, o feirão será realizado em 13 cidades, com oferta de cerca de 400 mil imóveis com possibilidade de financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O prazo do financiamento imobiliário é de até 35 anos e as taxas de juros, dependendo das condições de renda e valor do imóvel, são a partir de 4,5% ao ano.
A primeira etapa do feirão será realizada nas cidades de São Paulo e Fortaleza, neste final de semana (de 3 a 5). Brasília (DF), Uberlândia (MG), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Rio de Janeiro terão o evento entre os dias 17 e 19 de maio. Em Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), o feirão será de 24 a 26 de junho.
Em São Paulo, o evento será realizado no Centro de Exposições Imigrantes e no Rio de Janeiro, no Riocentro, pavilhão 4.
Por mais que os juros estejam atrativos, o consumidor não pode tomar uma decisão precipitada para não assumir compromissos cujo orçamento familiar não comporte, alerta a PROTESTE. É preciso planejamento para assumir um financiamento de longo prazo e fazer bem as contas sobre o valor das parcelas a serem pagas no período. É importante comparar não só as taxas de juros do financiamento, como todos os custos envolvidos. Por isso não deixe de solicitar o Custo Efetivo Total (CET).
A PROTESTE Associação de Consumidores alerta que quanto maior o prazo de financiamento, maior será a quantia em reais a ser pago referente a juros. Com relação a comprometimento da renda, é recomendável que todas as dívidas somadas não ultrapassem 30% do orçamento familiar. Procure não comprometer mais de 15% da renda com o pagamento da primeira parcela do financiamento.
O aconselhável é comprar o imóvel dentro das necessidades atuais, dando o máximo de entrada possível, e financiando pelo menor prazo dentro da capacidade de pagamento. Se a taxa de juros for de 10% ao ano, a cada dez anos de financiamento será pago o equivalente ao imóvel adquirido. Em 30 anos serão pagos 4,5 vezes.
Em caso de atraso de três parcelas, o imóvel será levado a leilão, e se perde tudo que foi pago. E se o valor de venda do imóvel for inferior ao valor do saldo devedor do financiamento, ainda restará dívida.
Veja todas as dicas:
Compare preços: pesquise o valor de mercado na região para as mesmas características do imóvel que se tem em vista. Isto ajuda a fixar o valor máximo que você pretende pagar pelo imóvel.
Pesquise as taxas de juros: além da Caixa, compare com outros bancos que também financiam. Saiba que a taxa de juros varia conforme a renda, o valor do imóvel e o valor do financiamento. Pesquise e faça simulações em todos os bancos para encontrar a melhor taxa. Fique atento ao Custo Efetivo Total (CET) para ver tudo que está envolvido no financiamento, incluindo todas as taxas administrativas e tributos cobrados pelo banco. Nem sempre a menor taxa de juros é o melhor negócio.
Imóvel ocupado: cuidado com imóvel que está ocupado, pois pode dar dor de cabeça para conseguir a desocupação. O processo de retirada judicial é demorado e envolve custas judiciais e honorários de advogados, caso necessite entrar na Justiça. É imprescindível visitar o imóvel ofertado para saber se o atual ocupante tem a intenção de entregar o bem amigavelmente, se o imóvel está em boas condições e também conhecer a vizinhança.
Deve-se também consultar o Tribunal de Justiça para saber se há alguma ação questionando a dívida do mutuário anterior com o Banco. A presença de ação é sinal de alerta, já que uma vitória do antigo mutuário, ainda que demore a acontecer, pode até cancelar a compra, dependendo da decisão do juiz.
Guarde todos os anúncios e faça constar na proposta de compra tudo que foi prometido pelos vendedores durante a negociação, inclusive prazos de entrega, taxas de juros, metragem do imóvel e despesas.
Se depender de financiamento para comprar o imóvel, não assine nenhum documento antes de verificar se seu crédito será aprovado. Não assine pedido de reserva de imóvel e nem deixe cheque caução. Você precisa ter garantia por escrito que em caso de não aprovação do financiamento, haverá ressarcimento do sinal ou do cheque caução, pois a maioria das empresas cobra multa pela desistência.
Para imóvel pronto, novo ou usado, é preciso levantar se há dívidas pendentes, como condomínio e IPTU. São dívidas de responsabilidade do antigo proprietário, que deverão ser quitadas pelo banco ou pelo vendedor do imóvel. Essas dívidas têm o imóvel como garantia e a execução corre contra o atual proprietário, que terá de recorrer a Justiça para receber este dinheiro do vendedor. Esta obrigação deve constar na proposta de compra ou no contrato, inclusive prevendo a possibilidade de reter os pagamentos ao vendedor enquanto houver pendências.
Comprometimento de renda: não comprometer 30% da renda é fundamental para conseguir honrar todas as parcelas do financiamento sem dificuldades. Como o prazo de pagamento é longo, dificuldades financeiras podem ocorrer, e comprometer sua renda.