Alerta nas creches: PROTESTE constata insegurança em algumas visitadas no Rio de Janeiro

Quem deixa o filho na creche espera que ele tenha segurança, conforto, diversão e proteção. E que passe o dia ou algumas horas em um ambiente bem cuidado, limpo e, sobretudo, seguro. E que esses cuidados sejam prestados por empregados atenciosos e gentis, que proporcionem à criançada atividades lúdicas e educacionais. Mas não foi o que a PROTESTE Associação de Consumidores constatou em visita a dez instituições localizadas na cidade do Rio de Janeiro.

As visitas foram feitas a estabelecimentos localizados nos bairros da Barra da Tijuca, Botafogo, Copacabana, Flamengo, Gávea, Ilha do Governador, Jacarepaguá, Méier, Recreio e Tijuca. Todas as creches visitadas são particulares e os preços das mensalidades variam entre R$ 752,00 e R$ 3 mil. Constatou-se que as crianças estão submetidas a diversos riscos, como, por exemplo, imãs e tachinhas que podem ser engolidas pelos pequenos, janelas sem tela de proteção, tomadas antigas (de dois pinos) sem tampa de proteção e material de limpeza e remédios armazenados em local de fácil acesso.

Além disso, verificou-se falta de infraestrutura adequada para atender às necessidades das crianças. As salas são pequenas demais para a quantidade de crianças, as áreas comuns mostram-se abafadas e o chão dos parquinhos não tem material para amortecer uma possível queda durante a brincadeira. Foram encontrados também portões enferrujados, paredes sujas e buracos nos tetos, além de paredes descascando e pisos trincados.

A higiene também deixa a desejar. A sujeira nos refeitórios era nítida e até barata foi vista em uma das salas de aula. Em dois locais visitados, o local onde os bebês se alimentam é próxima à área onde eles são higienizados. Embora a meninada seja digna de atenção total, pois o mínimo descuido pode resultar em acidente, verificou-se displicência de alguns funcionários. Além disso, algumas crianças passam o dia inteiro em um só ambiente, sem nenhuma atividade específica para preencher o tempo.

Em relação às medidas de segurança contra pânico e incêndio, todas as creches, em um ponto ou outro, deixam a desejar. Em muitas não foram identificadas a sinalização de rota de fuga e em caso de emergência, a evacuação em quase todas as crianças seria dificultada pela presença de uma série de obstáculos espalhados por corredores e escadas, tais como carrinhos de bebê, mochilas, sapatos e bichos de pelúcia.

Os resultados do estudo foram enviados ao Corpo dos Bombeiros e à Vigilância Sanitária local, a fim de que os problemas sejam solucionados. Os pais também não podem se omitir. Antes de efetuar a matrícula, devem fazer uma minuciosa visita à instituição. Se o filho já estiver em uma creche, não deixe de verificar se ela realmente oferece um ambiente seguro e propício para o desenvolvimento infantil.