#content#
Brasileiros desconhecem muitas das instituições e não confiam nelas
26 set 2016Instituições que têm um impacto grande nas nossas vidas são pouco conhecidas pelos brasileiros. E também não são consideradas confiáveis pelos cidadãos. É o que aponta pesquisa realizada pela PROTESTE Associação de Consumidores, que teve 912 participantes. Ainda assim, o brasileiro tem maior índice de conhecimento que os europeus nas instituições internacionais, como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, por exemplo.
Na avaliação do índice de confiança de 1 a 10, nenhuma instituição superou 5,7, índice obtido pelas Forças Armadas. O ceticismo do brasileiro com a política se espelha na avaliação com o índice de confiança em 2.0 pelo Senado Federal, a pior do estudo. A Assembleia Legislativa ficou com 2,7.
Índice de confiança dos cidadãos nas instituições:
Instituições |
Índice (1 a 10) |
Forças Armadas |
5,7 |
Igreja Católica |
5,6 |
Organização Mundial da Saúde (OMS) |
5,3 |
Ongs que atuam na proteção do meio ambiente |
5,1 |
Associação de Consumidores |
4,8 |
Polícia (militar e civil) |
4,7 |
Ongs que atuam na proteção e segurança das crianças |
4,2 |
Fundo Monetário Internacional (FMI) |
4,1 |
Ongs que atuam no cuidado e prevenção da saúde da família |
4,0 |
Sistema Público de Educação |
3,8 |
Banco Central |
3,6 |
Banco Mundial |
3,5 |
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) |
3,5 |
Sistema Único de Saúde (SUS) |
3,4 |
Sistema Judiciário |
3,3 |
Assembleia Legislativa |
2,7 |
Sindicatos |
2,7 |
Senado Federal |
2,0 |
A pesquisa foi realizada nos meses de fevereiro a março de 2016, no Brasil e paralelamente na Bélgica, Espanha, Itália e Portugal.
Quanto às instituições nacionais, o SUS, que todo cidadão brasileiro deveria conhecer melhor, revelou desinformação em relação a estrutura, realização de consultas, como reclamar e quais os seus direitos enquanto usuários. Consequentemente o índice de confiança geral na instituição é muito baixo: (3.4 numa escala de 1 a 10). 67,7% dos respondentes mostram baixo nível de confiança e apenas 4,0% um alto nível de confiança.
Dentre aspectos específicos da instituição, o menor índice de confiança encontrado em relação ao SUS foi o prazo para responder às necessidades dos pacientes em tempo razoável (2,4).
Instituições internacionais
Entre as instituições internacionais fizeram parte do levantamento: OMS, FMI, Banco Mundial, os participantes do levantamento foram questionados sobre funcionamento, formação e competências das instituições internacionais e revelaram desconhecimento.
Contudo, o brasileiro tem os maiores índices nas três categorias (conhecimento, informação e confiança) ao compararmos com os cidadãos de Portugal, Bélgica, Itália e Espanha em relação a OMS e ao FMI.
Em relação ao Banco Mundial, os cidadãos do Brasil apresentaram índices de informação e confiança maiores do que os cidadãos dos outros países participantes da pesquisa.
Apenas 31% dos respondentes sabem que o FMI é uma organização sem fins lucrativos, porém 88% sabem que o FMI é financiado pelos seus países membros e apenas 9,9% dos respondentes acertaram todas as afirmações referentes ao FMI.
Apesar dos cidadãos brasileiros apresentarem baixos níveis de conhecimento, informação e confiança referentes ao FMI, percebe-se que para os outros países estudados esse cenário também não é muito diferente, é até mesmo pior.
A maioria dos entrevistados (76%) sabe que a OMS é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU).
Porém, apenas 39% sabem que é a OMS que recomenda todos os anos a composição da vacina da gripe.
A grande maioria dos cidadãos não se sente bem informado em relação a estrutura, missão e atividades de uma forma geral realizadas pela OMS.
A pontuação média (notas de 1 a 10) foi muito baixa em todos os parâmetros. Vê-se que o índice de informação sobre a estrutura da OMS é o mais baixo (3,8) dentre os três aspectos, seguida por atividades realizadas pela OMS (4,4) e missão/função (4,8).
O Brasil apresentou os maiores índices nas três categorias (conhecimento, informação e confiança) ao compararmos com Portugal, Bélgica, Itália e Espanha em relação a OMS.
A maioria dos respondentes é composta por homens (55,7%), a faixa de idade dominante na pesquisa é entre 40 e 74 anos (75,1%), a região Sudeste é predominante com 56% dos respondentes e 86,2% dos entrevistados possuem, no máximo, o ensino superior incompleto.
A maioria (51,2%) tem situação profissional ativa e 2,7% são apenas estudantes. Se declararam sem uma específica orientação política (61,9%) e se denominaram católicos (50,6%).
Judiciário e Banco Central
Os cidadãos brasileiros mostram um baixo nível de confiança geral no Sistema Judiciário. 71% mostram baixo nível de confiança e apenas 3,9% um alto nível de confiança. O índice de confiança geral que vai de 1 a 10, foi de 3,3.
Apenas 37% dos respondentes sabem que o Banco Central não tem a responsabilidade de controlar a inflação, assim como apenas 37% sabem que é o governo federal que decide a quantidade de dinheiro que será emitida pelo Banco Central.
Por outro lado, 93 % sabem que o Banco Central tem a responsabilidade de supervisionar todos os bancos/instituições de crédito do país.
Quanto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apenas 19% dos respondentes sabem que ele realiza consultas públicas para que a sociedade opine sobre suas propostas, porém 73% sabem que o conselho pode proibir a fusão de duas empresas privadas. O índice de informação sobre a estrutura do Cade é bem baixo (2,8).